Ativista aciona o Estado em busca de assistência médica

Noé Lima da Silva foi vítima de rumoroso acidente de trânsito envolvendo uma viatura da Polícia Militar do Pará no fim do último mês
O ativista Noé Lima, de cadeira de rodas e muletas, na sede do Ministério Público Estadual | Foto: Divulgação

O ativista dos Direitos Humanos e estudante de Direito Noé Lima da Silva, que foi vítima de acidente de trânsito envolvendo uma viatura da Polícia Militar do Pará no fim do último mês, procurou nesta terça-feira (13) o Ministério Público Estadual e a Secretaria Regional de Governo em busca de total assistência social e médica.

O ativista enviou à Reportagem do Portal Debate Carajás fotos dos documentos protocolados no órgão ministerial e na unidade regional subordinada ao governador Helder Barbalho (MDB), de quem Noé Lima se considerava aliado até o abandono na enfermidade.

No Ministério Público Estadual, Noé foi ouvido pela 13ª Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos. Ele também recebeu atendimento psicológico no órgão devido ao estado emocional abalado que apresentou diante de servidores e estagiários. Já na Secretaria de Governo, o ativista e estudante recebeu a promessa de que o documento por ele protocolado seria encaminhado à Casa Civil.

De acordo com Noé ao Ministério Público, ele tomou ciência sobre a abertura de um inquérito de sindicância por parte da Polícia Militar por meio de matéria publicada neste diário jornalístico. Logo após protocolar no órgão ministerial, ele foi contatado pelo tenente Juvenilson, responsável pela sindicância no 4º BPM.

O tenente convidou o ativista a comparecer às 14h do dia 19 de julho na sede do 4º BPM, situado na Rodovia Transamazônica, Km 4, Núcleo Nova Marabá. Ao Portal, Noé confirmou a presença no depoimento, mas argumentou que o fará por videoconferência em função da dificuldade de locomoção que vem enfrentando.

Por fim, Noé escreveu para a Reportagem que acionou a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), entidade na qual teria atuado durante quase cinco anos em Marabá, na busca de apoio nas demandas pleiteadas junto ao Estado. O ativista comentou que a organização vai entrar na “batalha judicial” contra o Estado, a fim de saber o “real motivo” do acidente.

Relembre

O dia 27 de junho de 2021 para sempre será lembrado pelo estudante de Direito e ativista dos Direitos Humanos Noé Lima da Silva em razão do grave acidente de trânsito que sofreu, envolvendo uma viatura da Polícia Militar do Pará. A ocorrência foi registrada na madrugada daquele dia, à 1h, no Km 7, Núcleo Nova Marabá.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, e que não cita o nome do ativista social em nenhuma linha, o acidente ocorreu no momento em que a motocicleta pilotada por Noé Lima saiu de trás de um caminhão muito rapidamente, não sendo possível visualizá-la a tempo de evitar a colisão.

Ainda segundo o documento de registro de ocorrência policial, ao qual este diário jornalístico teve acesso, a viatura envolvida no acidente leva o número 0406 e a placa QVU 2J18. O para-choque dianteiro e o capô da viatura foram danificados, segundo a corporação. Já Noé sofreu diversas fraturas na região do joelho esquerdo.

Neste momento, Noé vem sofrendo com síndrome do pânico e depressão profunda, pelo medo de ser morto a qualquer momento. Ele declarou à Reportagem que o Governo do Estado, comandado por Helder, não ofereceu o mínimo apoio financeiro ou psicológico em razão do acidente envolvendo um veículo público. O ativista se encontra acamado e com a perna esquerda imobilizada após a cirurgia pela qual passou no Hospital Municipal de Marabá (HMM).

Poucos dias antes de o acidente acontecer, Noé havia se envolvido em polêmica com a Polícia Militar e o vereador Coronel Araújo (MDB) após supostamente desdenhar e difamar a corporação nas redes sociais. Ele chegou a ser ameaçado de processo pelo advogado Marcel Affonso, representante da Associação dos Cabos e Soldados da PM, em nota de repúdio publicada nas redes sociais.

Ao Debate, o estudante e ativista afirmou que já constituiu advogado, porém vai aguardar o término do tratamento ortopédico para entrar com uma ação judicial contra o Estado do Pará por danos físicos, morais, financeiros e materiais.

Noé também reclama que os gastos com medicamentos são enormes e não vem recebendo ajuda do governo que tanto defendeu. Ele argumenta que já está recolhendo a documentação necessária para impetrar a ação judicial na busca de reparos aos prejuízos sofridos em decorrência do sinistro com a viatura policial. (Portal Debate Carajás)

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