Helder mantém população à mercê da covid-19

A população pobre se desloca literalmente espremida em ônibus velhos e imundos | Foto: Reprodução/Franssinete Florenzano

Estão em vigor, em todo o Pará, novas medidas de combate à covid-19. O toque de recolher agora começa às 21h, shopping centers só podem funcionar das 11h às 19h, inclusive aos fins de semana, e o comércio de rua das 10h às 17h. Academias e cinemas proibidos de abrir pelos próximos sete dias. São permitidas práticas esportivas amadoras ao ar livre com, no máximo, quatro pessoas. Apesar disso, os ônibus continuam lotados, sem que Helder tome qualquer iniciativa.

O Brasil quebrou novamente o triste recorde: 1.954 perdas registradas por covid-19 nas últimas 24 horas. O país contabiliza estarrecedores 11.125.017 casos e 268.568 mortes desde o início da pandemia, segundo balanço do consórcio de veículos de imprensa. E a tendência é de alta, alertam os especialistas. No Pará, já morreram 9.084 pessoas pela doença e há 377.051 casos confirmados.

O governo estadual informa que a taxa de ocupação é de 51,44% em relação aos leitos clínicos, e de 76,59% nas UTIs. Mas qualquer pessoa minimamente informada sabe que a saúde pública colapsou. Os hospitais públicos e particulares estão completamente lotados. Tanto o sistema de regulação da Sespa quanto os hospitais privados alegam falta de vagas para receber doentes em estado gravíssimo. Pessoas já morreram na fila de espera por UTI.

Em Marabá, por exemplo, 15.474 pessoas foram confirmadas com a doença e 290 morreram desde o início da pandemia, em março passado. A última norte registrada foi a de um idoso de 62 anos, sem comorbidades declaradas. A taxa de ocupação de leitos clínicos é de 62%, enquanto nas UTIs é de 81%. O cenário é preocupante.

Agora resta saber qual o fundamento científico e a eficácia das medidas anunciadas, diante das aglomerações em toda parte e principalmente nos ônibus, onde a população pobre se desloca literalmente espremida. Nos ônibus de Marabá, velhos, quentes e imundos, os passageiros se amontoam como podem e as janelas ficam fechadas quando tem chuva, transformando o ambiente em verdadeira estufa criatória de vírus. (Vinícius Soares, com Franssinete Florenzano)

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