Surto de sarampo no Pará já causou três mortes e quase 500 pessoas contaminadas em 2020

Vacina contra sarampo está disponível na rede pública - Crédito: Reprodução - Osvaldo Forte/Agência Pará

Em 2016, o Brasil foi considerado território livre de sarampo, porém, em 2019, a doença voltou a circular novamente no país, a partir  da região Norte. Neste ano de 2020, somente em Belém nas cinco primeiras semanas do ano foram notificados 525 casos suspeitos, dos quais cinco foram confirmados, treze descartados e os demais seguem em investigação. Já são três mortes por sarampo no Pará desde 2019, uma delas em Belém.

No Pará como um todo, segundo dados do Departamento de Epidemiologia da Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), de 11 de agosto de 2019 a 22 de fevereiro de 2020, foram notificados 1.266 casos suspeitos de sarampo, dos quais 478 (37,8%) foram confirmados, 269 (21,2%) descartados e 519 (40%) permanecem em investigação. Esses são os números mais atualizados.

105 casos confirmados foram em pessoas de 20 a 29 anos, 94 em jovens de 15 a 19 anos, 91 casos em menores de um ano de idade e 61 em crianças de um a quatro anos de idade. Os municípios com maior número de casos são Belém com 212, Ananindeua com 76 e Marabá com 68 casos.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2020 já foram confirmados 338 casos de sarampo em oito estados: São Paulo (136 casos), Rio de Janeiro (93), Paraná (64), Santa Catarina (22), Rio Grande do Sul (11), Pernambuco (07), Pará (04) e Alagoas (01).

Atualmente, 10 estados estão com circulação ativa do vírus do sarampo. No momento, o país registra três óbitos por sarampo no Pará, Rio de Janeiro e São Paulo. Os dados correspondem ao período de 1º de janeiro a 8 de fevereiro de 2020.

O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode ser fatal. Sua transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. A única maneira de evitar o sarampo é pela vacina. 

Os sinais e sintomas iniciais do sarampo são febre, tosse persistente, irritação ocular e coriza. Após, surgem manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés. Também pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia, convulsões, lesão cerebral e até levar à morte.

Bairros do Guamá, Jurunas e Outeiro registram maior incidência da doença em Belém

Em Belém, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a maior taxa de incidência está em crianças menores de 5 anos de idade. Os casos confirmados estão distribuídos nos bairros do Guamá, Jurunas e no distrito e Outeiro.

A campanha especial realizada pelo Ministério da Saúde até o dia 13 deste mês, foi realizada na tentativa de resgatar a cobertura vacinal, uma vez que cada brasileiro tem que ter tomado duas doses da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) ao longo da vida, sendo a primeira dose aos 12 meses e segunda dose aos 15 meses.

O MS em parceria com as secretarias estaduais e municipais de de Saúde, além das instituições que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) atuaram num esforço conjunto para atingir o maior número possível de pessoas na faixa etária até 19 anos.

De acordo com a Sespa, a primeira vítima no Pará foi uma menina de três anos de idade, do município de São Sebastião da Boa Vista, que contraiu o sarampo em Belém e morreu em 2019. A segunda vítima, também menina, tinha um ano de idade, era de Belém.

Única forma de prevenir contra o sarampo é a vacinação disponível na rede pública

A vacina para sarampo continua disponível durante o ano todo em todos os postos de saúde da capital paraense, Região Metropolitana, de todos os municípios do Pará e continua sendo a única forma de assegurar a prevenção.

A diretora do Departamento de Epidemiologia da Sespa, Ana Lúcia Ferreira, informa que a notificação de casos suspeitos de sarampo deve ser feita até 24 horas após o atendimento e o bloqueio vacinal seletivo em até 72 horas após o contato com o caso. 

Por isso, a importância dos médicos estarem atentos aos sinais e sintomas apresentados pelo paciente, principalmente, nos serviços de urgência e emergência, para que não passem despercebidos, evitando que mais pessoas sejam contaminadas, como alerta a epidemiologista.

Roma News

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