Quilombola é assassinado com tiros na cabeça no interior do Pará

A luta pelo reconhecimento territorial de quilombolas gera tensão na região do Acará e Tomé-Açu, cidade onde Edinaldo Amaral foi morto, nesta última sexta-feira (17).

TOMÉ-AÇÚ (PA) – O quilombola, identificado como Edinaldo da Silva Amaral, de 30 anos, foi morto com vários tiros na cabeça nesta última sexta-feira (17), na zona rural de Tomé-Açú, no nordeste do Pará. A vítima era primo de Nazildo dos Santos Brito, liderança quilombola assassinada em 2018.

Edinaldo Amaral estava em uma motocicleta quando foi morto por volta das 14h em uma rua onde não há casas próximas, apenas vegetação. Seu corpo foi encontrado caído próximo a uma vala.

De acordo com a Polícia Civil, o caso foi registrado na delegacia do Distrito Quatro Bocas, em Tomé-Açú. Familiares da vítima foram ouvidos e diligências são realizadas para apurar informações sobre circunstâncias da ocorrência, além da autoria e da motivação do crime.

Conflito agrário

A luta pelo reconhecimento territorial de quilombolas gera tensão na região do Acará e Tomé-Açu, que já dura mais de 20 anos. Em 2021, foram 156 casos de conflitos por terra registrados no Pará, de acordo com mapeamento da Comissão Pastoral da Terra.

De acordo com Josias Dias dos Santos, presidente da Associação de Moradores e Agricultores Remanescentes Quilombolas do Alto Acará, a morte de Edinaldo Amaral, nesta sexta (17), ocorre por problemas envolvendo a questão fundiária e demora para demarcação de territórios quilombolas.

O presidente quilombola diz que sente medo com mais essa morte na região, mas afirma que um dos objetivos da associação é justamente a demarcação dos seus territórios para que “grileiros” não se apossem da terra destinada para assentar quilombolas. (Portal Debate, com G1/PA)

Relacionados

Postagens Relacionadas

Nenhum encontrado

Cadastre-se e receba notificações de novas postagens!