A Polícia Federal encontrou um celular dentro de uma caixa de remédios no frigobar da casa do deputado federal Wilson Santiago (PTB-PB). O parlamentar foi alvo da Operação Pés de Barro. Ele também foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ter recebido cerca de R$ 1,2 milhão em propinas no âmbito da construção da Adutora Capivara, no sertão paraibano.
A denúncia da PGR, apresentada no mesmo dia em que a Pés de Barro foi deflagrada, imputa a Wilson Santiago 16 episódios de corrupção. A mesma acusação é feita contra o prefeito de Uiraúna João Bosco Nonato Fernandes, preso no âmbito da Operação Pés de Barro e flagrado pela Polícia Federal colocando R$ 25 mil na cueca.
A operação cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, sendo que, em um dos endereços de Santiago, apreendeu cerca de R$ 37 mil em espécie. As ordens foram expedidas a mando do ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, que determinou ainda o afastamento de cargos dos políticos.
Além deles, outras cinco pessoas são investigadas pela Pés de Barro e foram denunciadas pela PGR: George Barbosa, executivo da Coenco Construções, empresa responsável pelas obras da adutora; Evani Ramanho, Israel Nunes de Lima e Luiz Carlos de Almeida, secretários parlamentares de Santiago; e Severino Batista, motorista da Secretaria de Governo e Articulação Política do município de Uiraúna.
Notas
O advogado que defende o deputado Wilson Santiago afirmou estar absolutamente tranquilo e demonstrará, em momento oportuno, “a inexistência de qualquer relação com os fatos investigados”.
O deputado, por sua vez, afirmou que a operação em questão foi baseada na delação do empresário George Ramalho, o qual foi preso em abril de 2019 na Operação Feudo.
Segundo as informações preliminares, o delator iniciou no segundo semestre de 2019 a construção de um roteiro, que servisse como base para acordo que lhe favorecesse na operação que foi alvo de prisão.
O Partido Trabalhista Brasileiro informou que acompanhará o andamento das investigações. O PTB espera que Wilson Santiago consiga provar sua inocência.
Metrópoles
