Paraense sobrevive 11 dias dentro de freezer em alto mar

Após o resgate, ele ainda passou 16 dias preso no Suriname, por ser considerado um imigrante em situação ilegal, já que estava sem documentação
Foto: Reprodução

Parece um filme, só que foi na vida vida real. A saga que jamais será esquecida pelo pescador paraense Romualdo Macedo Rodrigues, de 44 anos, cuja família vive em Vigia. Ele foi resgatado com vida após passar 11 dias à deriva, boiando dentro de um freezer no meio do Oceano Atlântico.

O brasileiro foi encontrado já em águas pertencentes ao Suriname por um barco pesqueiro no dia 11 de agosto. Após o resgate, ele ainda passou 16 dias preso no país, por ser considerado um imigrante em situação ilegal, já que estava sem documentação.

Em entrevista ao repórter Roberto Cabrini, Domingo Espetacular, da TV Record, Romualdo explica como teve a ideia de entrar na geladeira quando o barco começou a naufragar e ainda os perigos que enfrentou para sobreviver. Durante o período à deriva ele ficou sem se alimentar e beber água, perdendo aproximadamente 5 kg. “O que mais incomodava era a sede”, disse o pescador ao relembrar as adversidades que enfrentou como o excesso de exposição ao sol e as noites frias.

O pescador, que não sabe nadar, saiu do porto de Oiapoque, no estado do Amapá, no dia 1º de agosto para passar 10 dias pescando. A embarcação simples e estreita, que tem por volta de 7 metros de comprimento, apresentava rachaduras e a água não parava de entrar. “Comecei a secar, mas no outro dia não tinha mais jeito e foi para o fundo mesmo. Quando eu vi que não tinha jeito, eu peguei o freezer e fui embora. […] Essa geladeira, para mim, foi Deus”, contou Romualdo.

Ali, não tinha água e nem comida. Era isso ou morrer afogado. Segundo Romualdo, ele ainda tinha o medo de aparecer um tubarão. “Pensava que ia ser atacado pelos tubarões porque em alto mar tem muito peixe curioso.”

“Ouvi um barulho e tinha um barco em cima do freezer. Só que eles achavam que não tinha ninguém lá. Aí eles foram encostando devagar, minha vista já estava se apagando, aí eu falei: ‘Meu Deus, o barco’. Levantei meus braços e pedi socorro”.

Fim do desespero e do sofrimento, certo? Errado. Levado à terra firme, Romualdo descobriu que tinha ido parar no Suriname. Sem documentos, foi detido pelas autoridades locais e ficou em uma cela com outros presos por 16 dias sem receber informações do motivo de estar atrás das grades.

Um delegado da Polícia Federal aqui do Brasil, chamado Luís Carlos Porto, foi designado para acompanhar o caso do pescador. O policial diz ter encontrado Romualdo bastante magro e debilitado, mas com consciência e saúde mental em boas condições. O rapaz teria emagrecido 5 kg nesse período todo.

Romualdo pegou um voo com destino a Belém. Ele se diz grato por tudo ter corrido bem no fim das contas. Nas suas palavras, o dia da extradição foi o “dia mais importante” da sua vida. E a geladeira não era apenas um eletrodoméstico que estava lá, mas, sim, um verdadeiro milagre.

O dia do repatriamento ao Brasil foi comemorado e definido como o “dia mais importante” de sua vida.  (Portal Debate, com Ver-o-Fato, Portal Terra e RecordTV)

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