Durante a semana, o Portal Debate Carajás recebeu denúncias, relatando a extração de argila, em larga escala, em uma Área de Proteção Ambiental (APA), às margens do Rio Itacaiúnas, próximo à Vila São José, em pleno perímetro urbano, em Marabá, no sudeste do Pará, atrás de uma grande fábrica de postes.
Moradores da localidade afirmaram que as caçambas trabalham até a meia noite. A Redação do Portal Debate Carajás esteve in loco e constatou a veracidade da denúncia. O trânsito de basculantes enormes, carregadas de argila, ultrapassa qualquer limite do senso de preservação ambiental.
Crateras gigantescas dominam a paisagem. Um verdadeiro ‘genocídio ambiental’. Não é possível que a empresa possua autorização para extração do barro. Se tiver, não se justifica a paralisação das olarias próximo à Ponte do Rio Itacaiúnas e no bairro do Amapá. Não existem notícias da instalação de nenhuma grande indústria na área para justificar a escavação.
De acordo com a comunidade, o crime vem ocorrendo, há anos, ‘nas barbas’ do Ministério da Público e da Prefeitura Municipal de Marabá. “Além de ser um crime ambiental monstruoso, nossas crianças correm risco de morrer afogadas nessas crateras com mais de 10 metros de profundidade”, protestou uma moradora indignada.
“Cota 82”
A chamada ‘Cota 82’ traz uma série de medidas a serem adotadas em áreas próximas a rios e igarapés, onde a água atinge 10 metros acima do nível do mar. As ações determinam a remoção de moradias irregulares e a proibição da construção de novos empreendimentos.
Além disso, a Lei 6.938, de 31 de março de 1981, estabelece critérios rígidos para ocupação e exploração do solo e subsolo no Brasil. Logo, extrair uma quantidade gigantesca de argila em perímetro urbano e na área de vazante de um importante rio que banha Marabá não encontra amparo em nenhuma legislação. “Esse angu tem caroço”.
Fonte: Portal Debate Carajás
