Maré alta histórica afeta Veneza, na Itália

Veneza registrou na noite de ontem (12) uma histórica “acqua alta” (maré alta), com um pico que pode atingir ou superar 1,90 metro, segundo o Centro de Marés da cidade italiana. “Enfrentamos uma maré mais que excepcional. Todos estão mobilizados para manejar a emergência”, tuitou o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro.

“Amanhã (nesta quarta, 13) pediremos o estado de catástrofe natural porque os custos (os danos) serão provavelmente significativos e se espera que o nível da água continue subindo”, acrescentou Brugnaro. “Necessitamos que todos nos ajudem a lidar com o que é claramente o impacto da mudança climática”, acrescentou o prefeito, no fim da noite na famosa praça de São Marcos.

Turistas atravessam a praça inundada de São Marcos — Foto: Marco Bertorello / AFP Photo

Por volta de meia-noite, o Centro de Marés indicava uma altura de 1,87 m, a maior “acqua alta” desde o recorde registrado em 4 de novembro de 1966. O nível das marés é registrado em Veneza desde 1923.

Um nível de maré de 1,87 m não significa que a cidade esteja submersa sob quase dois metros de água. Desta altura deve-se subtrair o nível médio da cidade, que se encontra em entre um metro e 1,30 m. Segundo jornalistas da AFP-TV, o nível da água atingia “1,20 metro em algumas zonas”.

Mulher perto da Basílica de São Marcos — Foto: Marco Bertorello / AFP Photo

“Estávamos a par do fenômeno, mas fomos beber algo e quando saímos, olhem….”, declarou à AFP-TV uma turista francesa, que foi surpreendida pelas águas. As águas inundaram o vestíbulo da basílica de São Marcos, algo pouco frequente.

O procurador do prédio, Pierpaolo Campostrini, recordou que em toda a história da basílica – construída em 828 e reconstruída em 1063 (após um incêndio) – o vestíbulo só foi inundado em cinco ocasiões. O mais preocupante é que três das cinco grandes inundações ocorreram nos últimos 20 anos. A última em 2018.

Gôndola encalhada na Ponte della Paglia — Foto: Marco Bertorello / AFP Photo

O fenômeno da “acqua alta” costuma inundar as zonas baixas da cidade, em particular a praça de São Marcos. Na noite desta terça-feira o fenômeno foi agravado pelo siroco, um forte vento saariano.

Para proteger Veneza das marés, que afetam cada vez mais seu patrimônio artístico, em 2003 foi iniciada a construção de 78 diques flutuantes com base no projeto MOSE (Módulo Experimental Eletromecânico). Este sistema fechará a lagoa em caso de excessiva elevação das águas do Adriático.

G1

Relacionados

Postagens Relacionadas

Nenhum encontrado

Cadastre-se e receba notificações de novas postagens!