Marabá beira colapso na saúde e pode decretar lockdown

A Orla Sebastião Miranda, na Marabá Pioneira | Foto: Vinícius Soares/Debate Carajás

O sistema de saúde de Marabá, no sudeste do Pará, está à beira do colapso. O mais recente boletim epidemiológico publicado pela prefeitura, às 19h desta segunda-feira (22), aponta que 52 dos 54 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), exclusivos para covid-19, estão ocupados. Vale ressaltar que 14 leitos são de Unidade de Cuidados Especiais (UCE), uma espécie de UTI apenas para covid-19. Deste percentual, 33 pacientes vieram de outros municípios e 19 são moradores de Marabá.

Dos 36 leitos de enfermaria destinados a doentes com o novo coronavírus, 31 estão ocupados. 16 pacientes são oriundos de outras cidades, mas 15 infectados habitam em Marabá. Os óbitos contabilizam 297, porém apenas 6.550 foram imunizados com primeira e segunda doses no município. Outras 73 pessoas estão realizando o tratamento em casa, isoladas.

O Portal Debate Carajás conseguiu apurar, de maneira extraoficial, que o sistema de saúde de Marabá já teria alcançado, algumas vezes, a taxa 100% de ocupação de leitos exclusivos para a covid-19. De acordo com o apurado, alguns municípios vizinhos não possuem ambulância e muito menos oxigênio. “O motorista ou parente chegam, jogam o paciente no Hospital de Marabá e desaparecem”, alega um servidor do HMM que pediu reserva da identidade.

Durante as investigações, detectou-se que esse problema ocorre por falta de uma regulação própria para os pacientes contaminados pelo novocoronavírus na Região de Carajás. Segundo o servidor, o HMM se transformou em um hospital próprio para a covid-19 por falta do Hospital de Campanha, fechado por ordem do governador Helder Barbalho (MDB).

Nos últimos meses, analisando os números diários publicados pela PMM, o escasso número de leitos vem “batendo na trave” para entrar em colapso. Já existem relatos de pessoas sofrendo por falta de atendimento porque Marabá não consegue atender a população contaminada de 23 municípios com aproximadamente 1,2 milhões de pessoas. Faltam leitos governador.

Hospital de Campanha

Com o sistema de saúde da cidade de Parauapebas em colapso e a cidade em lockdown, Helder Barbalho necessita ativar o Hospital de Campanha de Marabá, pois não existe possibilidade do aumento da quantidade de pessoas infectados pelo vírus não chegar a Marabá. O sistema vai se sobrecarregar ainda mais, piorando a vida da população.

Há duas semanas, o governador fez uma festa danada para entregar 42 novos leitos de UTI e de enfermaria, mas esses leitos já estavam funcionando havia meses, ou seja, veio fazer política em Marabá, não acrescentando nada além do que já existia aos hospitais da cidade.

O sistema de saúde das cidades vizinhas necessitam receber ambulâncias, oxigênio e medicamentos para socorrer seus munícipes sob pena de muita gente morrer por incompetência de seus governantes. Pessoas próximas ao prefeito Tião Miranda afirmam que o gestor sempre foi contrário ao lockdown, porém se a doença ficar sem controle, ele não vai titubear para fechar tudo. (Pedro Souza/Debate Carajás)

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