Há 3 anos o Pará começava sua luta contra a covid-19

Em 18 de março de 2020, Sespa anunciou primeiro caso do novo coronavirus no estado
Crédito: Reprodução

Há exatos 3 anos, em 18 de março de 2020, a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), anunciava o primeiro caso de infecção pelo coronavírus no Estado. O paciente foi um homem de 37 anos que teria retornado de viagem ao Rio de Janeiro. O caso foi confirmado sete dias após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar situação de pandemia para o novo coronavírus.

No mesmo mês, o Ministério da Saúde reconheceu a existência da transmissão comunitária do coronavírus em todo o país e a marca de 1.000 casos confirmados da doença foi superada. Em 31 de março foi declarado oficialmente que o Pará passou a ter transmissão comunitária da Covid-19. Segundo dados da Sespa, atualmente o Pará registra 874.237 casos confirmados e cerca de 19.041 mortes em decorrência da doença.

Vacinação

Uma força-tarefa mundial se formou para o desenvolvimento de uma vacina eficaz contra a Covid-19. Ainda no final de 2020, ela começou a ser aplicada no mundo, no Brasil o advento ocorreu no início de 2021.

No Pará, o marco foi em 19 de janeiro de 2021, trazendo esperança à população e, principalmente, aos profissionais da área de saúde, grupo prioritário à época por se encontrarem na linha de frente do atendimento aos pacientes contaminados. Por aqui, a primeira paraense vacinada foi a técnica de enfermagem Shirley Maia, 39, que atuava há oito meses no Hospital de Campanha do Hangar, em Belém.

O tempo passou e desde a primeira aplicação da vacina até agora, o Pará registrou a marca de 17.003.700 doses aplicadas no público acima de 6 meses de idade. Foram utilizados seis imunizantes diferentes, destinados para várias faixas etárias estabelecidas de acordo com o cronograma do Programa Nacional de Vacinação.

De acordo com o Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (RSI – 2005) sobre a Pandemia de Coronavírus de 2019 (Covid-19), a pandemia permanece como emergência de saúde pública, mas a vacinação em massa foi um verdadeiro divisor de águas, com redução importante na mortalidade e no impacto sobre a rede hospitalar.

Vacina bivalente

Com o avanço das pesquisas científicas, as farmacêuticas ampliaram e desenvolveram doses aplicáveis em adultos, adolescentes, crianças e bebês, até chegar às vacinas bivalentes.
As vacinas bivalentes da Pfizer oferecem proteção contra a variante original do vírus causador da covid-19 e contra as cepas que surgiram posteriormente, incluindo a Ômicron, variante de preocupação no momento.

No Pará, a primeira fase da vacinação com a bivalente iniciou no dia 28 de fevereiro, nas Unidades Municipais de Saúde (UMS) da capital, com o público alvo de pessoas com mais de 70 anos, idosos vivendo em instituições de longa permanência, pessoas imunocomprometidas e comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas.

Desde o último dia 6, pessoas de 60 a 69 anos, já podem receber a aplicação da vacina bivalente, desde que, já tenham tomado no mínimo, duas doses da vacina monovalente, que corresponde ao imunizante que vem sendo aplicado habitualmente contra a covid-19. É necessário ter tomado a última dose há, pelo menos, quatro meses.

Coronavírus ainda circula e exige cuidados

O alívio no cenário epidemiológico fez algumas pessoas relaxarem com os cuidados básicos, inclusive, com a descontinuação do esquema vacinal. De acordo com dados do monitoramento de Vigilância Epidemiológica da Sespa, os bairros do Marco e Pedreira são os que mais concentram casos da doença, na capital.

Observar alguém de máscara facial nas ruas já não é mais tão comum. Para Regina Rocha, 57, o uso ainda é obrigatório e todos em sua casa ainda a utilizam. Enquanto aguarda o motorista de aplicativo, no bairro do Marco, ela revela que, no pico da pandemia, ela e todos os seis membros da família foram contaminados.

“Eu senti muita falta de ar, dor de cabeça, dor no corpo, minha garganta também fechou. Por conta dessa experiência, não tem como deixar de usar, até porque a pandemia ainda está aí, apesar de não ter mais tantos casos graves”.

No bairro da Pedreira, a estudante Graziela Vital, 25, conta que deu uma relaxada e tomou até a terceira dose da vacina. Ela entende que já é o suficiente para estar segura contra o vírus. “Acredito que peguei a doença logo no início, mas fui assintomática. Hoje, ainda uso álcool em gel, mas só uso a máscaras em hospitais e lugares obrigatórios mesmo”, comenta.

Linha do tempo

*18 de março de 2020: Primeiro caso de coronavírus confirmado no Pará é anunciado. O paciente foi um homem de 37 anos, que teria viajado ao Rio de Janeiro

*31 de março de 2020: É declarado oficialmente que o Pará passou a ter transmissão comunitária do coronavírus.

*01 de abril de 2020: É comunicada a primeira morte por Covid-19 no Pará. A vítima foi uma mulher de 87 anos, moradora do município de Santarém.

*24 de abril de 2020: A Prefeitura Municipal de Belém estabelece o uso obrigatório de máscaras para quem precisar sair às ruas.

*07 de maio de 2020: É decretado lockdown em Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará, Castanhal, Santo Antônio do Tauá, Vigia de Nazaré e Breves.

*15 de janeiro de 2022: É iniciada a vacinação de crianças com idade entre 5 e 11 anos. Em Belém, a indígena da etnia Warao, Eliana Maria Perez Nunes, de 7 anos, foi a primeira criança vacinada contra a Covid-19.

*19 de janeiro de 2021: Técnica de Enfermagem que atua no Hospital de Campanha do Hangar é a primeira a ser vacinada contra a Covid-19 no Pará.

*05 de fevereiro de 2021: É confirmada, pela Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), a transmissão de uma nova cepa do coronavírus na capital paraense, a variante brasileira batizada como Gamma.

*27 de fevereiro de 2023: Início a vacinação com o imunizante Pfizer Bivalente no Pará

(Portal Debate, com Diário do Pará)

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