Gestante de Nova Ipixuna deu entrada no HMI com bebê já sem vida

O Hospital Materno Infantil (HMI) de Marabá atende, atualmente, mais de 23 municípios, cerca de 1,2 milhão de habitantes

MARABÁ, SUDESTE DO PARÁ — Uma gestante de 43 anos, oriunda do município de Nova Ipixuna, deu entrada no Hospital Materno Infantil de Marabá (HMI), nesta quarta-feira (8), em trabalho de parto. Devido a complicações, o bebê nasceu sem vida.

Segundo a direção do HMI, a mulher chegou sem regulação médica, em franco trabalho de parto, dilatação completa, referindo sangramento desde a madrugada. Além disso, a gestante fazia uso de antihipertensivo e anticonvulsivante e não realizou nenhuma consulta pré-natal.

O parto, conforme nota de esclarecimento divulgada pela Prefeitura de Marabá, ocorreu logo após a mulher dar entrada na maternidade, mas houve constatação de óbito fetal. Manobras de reanimação ainda chegaram a ser realizadas pela equipe de pediatria, porém sem sucesso.

O caso em questão expõe o caos de saúde vivido por mais de 20 municípios das regiões sul e sudeste do Pará, que recorrem a ‘ambulancioterapia’ no tratamento dos seus cidadãos. A prática consiste na compra de ambulâncias para transportar pacientes para hospitais de média e alta complexidades, como é o caso de Marabá. Somado a isso, está o fato de que cidades como Nova Ipixuna não investem (ou investem pouco) em hospitais e/ou unidades de saúde estruturados.

“Ambulancioterapia” é uma prática antiga de municípios vizinhos

Por ser um município de gestão plena da saúde, Marabá recebe repasses da União correspondentes ao suprimento de pacientes vindos de cidades vizinhas. Porém, os casos recebidos no HMI muitas vezes são graves, inviabilizando a assistência adequada para salvar vidas. Isto porque os municípios enviam pacientes para a cidade polo do sudeste do Pará sem qualquer tipo de regulação, sem contato prévio e muitas vezes sem nenhum membro da equipe de enfermagem.

“É importante ressaltar que mais uma vez, pacientes sem atendimento adequado em suas cidades de origem, chegam já em situação extrema ao HMI, tornando, por muitas vezes, inviável a sobrevida da mãe ou do bebê”, destaca nota da PMM.

“É de fundamental importância que os demais municípios também tenham a responsabilidade de cuidar da saúde dos seus cidadãos, principalmente com pré-natal adequado e acompanhamento feito de forma correta, para evitar que casos como este voltem a se repetir”, finaliza a nota.

Saiba mais

O Hospital Materno Infantil (HMI) de Marabá atende, atualmente, mais de 23 municípios, cerca de 1,2 milhão de habitantes, mesmo sendo uma unidade municipal. Por mês, nascem mais de 600 novas vidas na maternidade de Marabá. (Portal Debate)

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