Prefeitura de Nova Ipixuna não explica como adolescente morreu ao ser transferido para o HMM

A nota alega que todos os procedimentos no Hospital Municipal de Nova Ipixuna foram realizados “seguindo os protocolos de atendimento e com toda a equipe multidisciplinar em ação”, mas não responde ao principal questionamento da família, que cobra justiça para o caso
Mairon Dias dos Santos teria sido vítima de possível negligência médica no Hospital Municipal de Nova Ipixuna. Nota não esclarece circunstâncias da morte do adolescente durante a transferência para o HMM | Foto: Reprodução

A respeito da matéria “Adolescente morre em Marabá após passar mal em Nova Ipixuna”, a Prefeitura de Nova Ipixuna fez chegar ao Portal Debate uma nota de esclarecimento em que relata que o paciente Mairon Dias dos Santos, de 16 anos, recebeu atendimento no Hospital Municipal de Nova Ipixuna antes de ser transferido para o Hospital Municipal de Marabá.

A nota alega que todos os procedimentos no Hospital Municipal de Nova Ipixuna foram realizados “seguindo os protocolos de atendimento e com toda a equipe multidisciplinar em ação, desde o momento que o paciente deu entrada, até o seu encaminhamento para outra unidade de saúde de alta complexidade”.

Além disso, a prefeitura nega a veracidade de documentos hospitalares supostamente vazados em redes sociais, afirmando que os mesmos são de uso restrito e sigiloso.

Por outro lado, a nota, assinada por Adalto Ferreira Nunes, secretário municipal de Saúde Pública, não explica as circunstâncias da morte do adolescente nem nega a suposta administração de medicamentos inadequados para o quadro clínico do paciente ainda no HMNI, objeto de questionamento da família da vítima, que cobra justiça para o caso.

Leia a nota na íntegra:

“A respeito do paciente M.D.S, 16 anos, admitido no Hospital Municipal de Nova Ipixuna (HMNI) no dia 1° de maio, às 07:58h, com sintomas de dor abdominal e vômitos, após triagem e consulta médica, o paciente foi encaminhado ao Hospital de Marabá, através de
ambulância, acompanhado por equipe do Hospital Municipal de Nova Ipixuna (médico e técnico de enfermagem).

O HMNI afirma que todos os procedimentos foram realizados seguindo os protocolos de atendimento e com toda a equipe multidisciplinar em ação, desde o momento que o paciente deu entrada, até o seu encaminhamento para outra unidade de saúde de alta complexidade.

Importante esclarecer que toda a documentação hospitalar é de uso restrito e sigiloso, sendo assim, todo e qualquer documento, exposto em rede social, sem a autorização da direção do hospital, trata-se de documento extraoficial, inválido, sem qualquer veracidade.

Por fim, reafirmando o compromisso de buscar sempre oferecer a melhor assistência de saúde à população, a Prefeitura Municipal de Nova Ipixuna, por meio da Secretaria de Saúde, da Direção e da equipe do Hospital Municipal, lamenta profundamente a perda desse jovem.”

Relembre o caso

Na noite da última quinta-feira (1/05), Mairon Dias dos Santos, um adolescente de 16 anos, morador da cidade de Nova Ipixuna, localizada no sudeste do Pará, a cerca de 60 km de Marabá, faleceu no Hospital Municipal de Marabá (HMM) após sentir fortes dores no abdome.

De acordo com o médico, Mairon foi vítima de uma acidose metabólica grave, desencadeada pelas intensas dores abdominais. No entanto, a família contesta essa versão, alegando que o jovem pode ter sido exposto a uma alta concentração de medicamentos inadequados para seu quadro clínico.

Em entrevista ao Portal Debate, os familiares relataram que Mairon começou a se sentir mal durante a tarde do feriado e foi levado ao Hospital Municipal de Nova Ipixuna, onde recebeu uma medicação endovenosa cuja substância não foi informada à família.

Após retornar para casa e continuar apresentando sintomas, ele foi novamente levado ao hospital local, onde recebeu mais medicamentos. No entanto, seu estado de saúde se deteriorou rapidamente, levando à sua transferência para o Hospital Municipal de Marabá (HMM). Quando chegou a Marabá, Mairon já estava sem sinais vitais, e todas as tentativas de reanimação foram infrutíferas.

A família de Mairon alega que o atendimento prestado no Hospital Municipal de Nova Ipixuna foi marcado por falta de transparência e possível administração inadequada de medicamentos, o que teria contribuído para a piora de seu estado de saúde. Além disso, eles criticam a demora na decisão de transferi-lo para o Hospital Municipal de Marabá. Como resultado, eles registraram um boletim de ocorrência na 21ª Seccional de Marabá, denunciando o hospital que realizou o primeiro atendimento em Nova Ipixuna.

A família também trouxe à tona casos semelhantes que ocorreram com outros membros da comunidade, destacando a suposta falta de profissionais qualificados para o atendimento médico. Essas questões já haviam sido objeto de denúncias anteriores à prefeita de Nova Ipixuna, Maria da Graça Medeiros Matos (MDB). (Portal Debate)

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