Empresa promete remover caixas-d’água com urubus

Abutres fazem a festa nas duas caixas-d’água, com capacidade para 30 mil litros | Fotos: Arquivo Pessoal

Em nota remetida ao Portal Debate Carajás, a empresa BRK Ambiental, responsável pelo fornecimento de água da Vila Santana, na interseção dos municípios de São Domingos e São João do Araguaia, prometeu remover as caixas-d’água destampadas há mais de um ano e que viraram recanto de abutres.

De acordo com a empresa, que foi muito solícita em atender à Reportagem, os reservatórios citados em matéria publicada nesta segunda-feira (8) não são utilizados para a distribuição da água aos moradores.

A BRK Ambiental alega monitorar sistematicamente a qualidade da água potável fornecida à população e assegura a qualidade do serviço, em atendimento aos patrões de potabilidade definidos pelas alteridades.

A empresa esclarece ainda que mantém equipes operacionais de prontidão para atendimento aos clientes de Vila Santana e qualquer pessoa que tenha dúvidas ou necessite de um serviço pode entrar em contato por meio do 0800 6440 295. A ligação é gratuita e a linha está disponível 24 horas por dia.

Comunidade afirma que o problema já foi denunciado diversas vezes à concessionária, mas de nada adiantou

Entenda

A denúncia das caixas-d’água destampadas há mais de um ano em Vila Santana, e que seriam de responsabilidade da BRK Ambiental, foi feita pela moradora Maria Sampaio ao Portal Debate Carajás.

Conforme Sampaio, o problema de abutres nos recipientes expostos já foi denunciado diversas vezes à empresa fornecedora de água, mas o retorno pretendido nunca foi alcançado. Nos últimos dias, em virtude de uma suposta falta d’água, um morador descobriu que, em verdade, era a encanação da casa dele que estava entupida.

Distante de uma mera ocorrência, ao abrir a encanação, intrigado, o morador encontrou o sistema de fornecimento em condições degradantes, repleto de ossos de urubu, acredite se quiser. Os ossos teriam aparecido na encanação em virtude do fornecimento que, supostamente, era feito pelas duas caixas-d’água, com capacidade para 30 mil litros. Foi a gota d’água.

“O vizinho estava com dois dias sem água. Ele achou estranho, porque os outros moradores tinham água nas torneiras. Quando ele resolveu cavar para abrir a encanação, encontrou as ossadas lá, entupindo a passagem da água dele”, denuncia Sampaio.

Ela narra que a comunidade está planejando ir ao Ministério Público Estadual formalizar denúncia contra a concessionária de água caso o problema não seja realmente solucionado. “Porque nós pagamos caro e não estamos tendo água de qualidade. Nós temos como provar”, alega.

Para Sampaio, a empresa faz pouco caso com a situação das caixas destampadas e da encanação deteriorada porque teoricamente acredita na ignorância das pessoas residentes em Vila Santana. “Isso não pode continuar dessa forma”, exclama.

Conforme o infectologista Dalcy de Oliveira Albuquerque Filho, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, que foi ouvido por repórter do domínio, infecções intestinais são um risco grave que a comunidade de Vila Santana corre com a situação dos reservatórios expostos. (Vinícius Soares/Debate Carajás)

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