Em Parauapebas, família de adolescente morto por engano cobra justiça

O crime aconteceu na madrugada da última segunda-feira (21/11), na Palmares II. A vítima foi morta a tiro. Divisão de Homicídios aguarda decisão da Justiça, para realizar a prisão do acusado
Créditos: Reprodução

A família do adolescente Deyvison Charles Rios da Silva, de 16 anos, que teria sido morto por engano, cobra empenho das autoridades para que o assassino seja preso e pague pelo crime que cometeu. O jovem foi assassinado a tiro na madrugada da última segunda-feira (21) na Palmares II, em Parauapebas, no sudeste do Pará.

As circunstâncias do crime, que aconteceu por volta de 1h20, estão sendo apuradas pela Divisão de Homicídios da 20ª Seccional Urbana de Parauapebas (DH), mas a família garante que Deyvison foi morto por engano. Ainda muito abalada, a mãe do adolescente, Silvana da Silva Rios, diz que a única coisa que quer é que o acusado seja localizado e preso.

Ela relata que o que a família ficou sabendo é que teria tido uma confusão mais cedo, mas seu filho não estava presente. Silvana detalha que seu filho era ligado e tinha alguns amigos na Palmares II por ter nascido no local. Há nove meses eles tinham se mudado para a cidade de Parauapebas.

No fim de semana do crime, seu filho pediu para ir ver os amigos no local. “Ele me pediu para que deixasse ele ir para a Palmares ver os amigos e eu concordei. Meu filho era um menino trabalhador, apesar da pouca idade”, diz a mulher, ressaltando que seu filho trabalhava como montador de móveis com o pai.

Ela ressalta que, como Deyvison trabalhava e estudava de segunda a sexta-feira, geralmente aos finais de semana costumava pedir para ir para a Palmares, coisa que quase sempre ela negava e ele obedecia. “Nesse dia ele me pediu e eu neguei, mas ele disse, ‘mulher, deixa eu ir que eu quero matizar meu cabelo’ e eu acabei concordando e meu esposo levou ele na parada de van. Isso foi no sábado. No domingo ele foi com a tia dele para um bar, onde aconteceu o crime”, relata.

A tia e madrinha do adolescente, Fabrícia Pereira da Silva, lembra que ele era muito responsável e estava trabalhando duro e economizando cada centavo para poder comprar uma moto, que era seu sonho. Ele também planejava fazer um curso de inglês no próximo ano. “Ele era um menino muito responsável. Andava a pé vários quilômetros, para economizar dinheiro para comprar a moto dele. Essa tragédia abalou a família toda. Nós somos uma família muito grande e clamamos por justiça. A gente fica se perguntando, o que se passa na cabeça de um ser humano, para fazer isso com uma criança. Meu sobrinho tinha só de 16 anos. A gente quer que ele [criminoso] seja preso e pague pelo que fez”, clama Fabrícia.

Ela ressalta que o criminoso, pelas imagens da câmara de segurança, em momento algum olhou no rosto do seu sobrinho para poder ter certeza se ele era a pessoa que procurava. “Ele chega, não olha no rosto dele e age de forma covarde. No momento que meu sobrinho se afasta da gente ele atira. Meu sobrinho não teve qualquer chance”, lamenta a mulher, pedindo justiça.

Fatos – Segundo Fabrícia, a confusão que terminou na morte de seu sobrinho teria ocorrido com um rapaz, que eles não sabem o nome, e envolveria a filha do assassino. Ela diz que na hora do ocorrido, seu sobrinho estava jogando bola e nada teve a ver com o caso.

À noite, ela, Deyvison e outros familiares foram para um barzinho. No mesmo local estaria o rapaz, que estaria usando roupas parecidas com a de seu sobrinho. Na hora que o criminoso chegou, esse rapaz já teria ido embora. Ele então passou a seguir e depois atirou em Deyvison pensando ser o seu alvo.

“A gente quer que ele seja localizado e preso, porque o modo como ele agiu, de forma fria, pode vir a fazer outras vítimas e causar dor em outras famílias, como fez com a nossa”, desabafa Fabrícia.

Investigação – O delegado Melquisedeque Ribeiro, da Divisão de Homicídios de Parauapebas, com base nas informações coletadas, confirmado a autoria, já solicitou à Justiça a prisão preventiva do acusado. “Estamos aguardando a decisão da Justiça, para que possamos realizar a prisão do acusado da morte do adolescente”, informa o delegado.

O delegado destaca que a equipe da DH ganhou reforço de pessoal, o que vai agilizar as investigações de homicídios em andamento no município. “Vamos procurar fazer o melhor pela comunidade”, diz Melquisedeque. (Com informações de Tina DeBord e Carlos Silva)

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