O gol anulado do atacante “Dé”, aos 48 minutos do 2º tempo, no jogo entre Águia 1×1 Clube do Remo no último domingo (18), no Estádio Zinho Oliveira, em Marabá, no sudeste do Pará, válido pela 7ª rodada do Paraense 2021, continua a render críticas à arbitragem, com mais veemência, ao árbitro central Djonaltan Costa, mas ao meu ver, o ‘alvo’ das críticas foi escolhido de forma equivocada.
O Águia abriu o placar do jogo aos 15 minutos do 1º tempo, através de “Dé” e o Remo chegou ao empate por meio de “Dioguinho” aos 36 minutos da etapa complementar. Entretanto, já nos acréscimos da partida, o árbitro assistente Gilmar Soares, de Parauapebas, levantou a bandeira e invalidou um gol marcado pela equipe do Águia, dando origem a todo o ‘linchamento público’ de Djonaltan Costa, mas o lance era de responsabilidade do ‘bandeirinha’ por se tratar da linha de impedimento.
Ao anular o gol, Djonaltan foi instado a consultar a única câmera disponível pela TV Cultura, porém ela mostrava o lance de maneira diagonal, contribuindo assim, no calor da partida, para a arbitragem não ter uma leitura segura do lance, pois a câmera responsável pelo impedimento deveria estar colocada de maneira centralizada, não no ângulo diagonal.
No Campeonato Brasileiro da Série A 2020, em uma partida com diversas câmeras, em vários ângulos, ocorreram dezenas de erros de arbitragem, protagonizadas pela equipe de Video Assistant Referee, o polêmico “VAR”, imagine no Paraense 2021, onde essa tecnologia não é utilizada. O maior culpado pelo episódio, reconhecendo o prejuízo sofrido pela equipe do Águia, chama-se Federação Paraense de Futubol (FPF) que ganha “rios de dinheiro”, porém não utiliza o apoio da arbitragem do VAR em nome da chamada contenção de gastos.
Djonaltan teve uma atuação compatível com a experiência adquirida, ao longo de anos, em jogos do Campeonato Brasileiro. O juiz de Marabá teve uma arbitragem acima da média, nos quesitos técnicos e disciplinares, inclusive quebrando um paradigma, de que um árbitro local não poderia apitar jogo do Águia contra times grandes de Belém. Na capital paraense, os árbitros atuam constantemente em jogos de Remo e Paysandu, logo valorizar um árbitro de Marabá é enaltecer o que é de nossa terra.
Desde o final da partida, a crônica esportiva e as redes sociais destilaram comentários maldosos relacionados a uma suposta omissão de Djonaltan Costa, alegando que ele deveria ter validado o gol, todavia o lance é literalmente de competência do árbitro assistente, Gilmar Soares, e da Federação Paraense que se nega a utilizar a tecnologia do VAR. Fato é que o “Azulão” foi prejudicado, mas a culpa não foi de Djonaltan, mesmo ele sendo o árbitro central.
O juiz de Marabá carrega um escudo da CBF no peito, feito inédito para o futebol da Terra de Francisco Coelho, levando o nome de nossa cidade pelos rincões Brasil. No futebol, o tempo do “se um faz, todos pagam” já passou. Cada membro da equipe de arbitragem é avaliado de forma individual em uma partida de futebol e cada um deverá ser responsabilizado por eventuais erros cometidos, logo crucificar Djonaltan por um erro do ‘bandeirinha’, não me parece a forma mais inteligente de protesto.
O Portal Debate Carajás, na noite de ontem (20), conversou com Djonaltan Costa sobres as acusações direcionadas a ele. O juiz afirmou estar muito tranquilo, tem certeza que realizou uma grande arbitragem e que não pode carregar a culpa, pois a posição privilegiada no lance era do árbitro assistente. O árbitro central falou ainda que sua arbitragem foi elogiada pela diretoria do Águia de Marabá.
“As pessoas que estão me criticando, veem o jogo como torcedor e não costumam usar a razão para analisar um lance polêmico. Eu, minha família e meus amigos estamos com a consciência tranquila, pois o que estava ao meu alcance foi feito com dignidade”, finaliza Djonaltan Costa. O árbitro relatou ainda que vem recebendo várias manifestações de apoio e que se sente sereno e preparado para atuar na próxima partida pelo Paraense 2021. (Texto: Pedro Souza/Portal Debate Carajás)
