Após OMS suspender pesquisa com cloroquina, Bolsonaro anuncia que EUA doarão 2 milhões de comprimidos ao Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (27) que os Estados Unidos doarão 2 milhões de comprimidos de hidroxicloroquina ao Brasil. Bolsonaro não afirmou quando os comprimidos irão chegar ao país.

A hidroxicloquina é uma substância destinada ao combate da malária e do lúpus, entre outras doenças, que tem sido utilizada no combate ao novo coronavírus, apesar de não haver evidências de sua eficácia. Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são dois dos principais defensores do remédio.

— Como está o Trump lá, está bem? Tem que ser Trump. Ele está mandando para nós 2 milhões de comprimidos de hidroxicloroquina — disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada, a um apoiador que disse morar nos Estados Unidos.

No Brasil, o estoque disponível de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina passou de 8,9 milhões de comprimidos, no fim de março, para 11,6 milhões na segunda semana de abril.

Como consequência de um estudo sobre o uso de hidroxicloroquina e cloroquina publicado na última sexta pela revista científica Lancet, alguns países europeus suspenderam o uso dos medicamentos no tratamento de pacientes com Covid-19. O mais recente deles foi a Itália. Nesta terça, a Agência Italiana de Remédios (Aifa) publicou decisão neste sentido.

A agência afirmou que a droga só pode ser utilizada no âmbito de estudos clínicos conduzidos em hospitais ou domicílios. Ela reconheceu que as novas evidências trazidas à tona sobre o risco de reações adversas reforçou esta decisão.

A decisão da agência italiana vai no mesmo sentido que a divulgada mais cedo pelo Conselho Nacional para Saúde Pública da França, que recomendou aos médicos não utilizar hidroxicloroquina e cloroquina nos pacientes com Covid-19.

OMS suspendeu pesquisas

A Organização Mundial da Saúde decidiu suspender temporariamente os estudos do uso da cloroquina e hidroxicloroquina como tratamento para a Covid-19. A declaração foi dada nesta segunda-feira pelo diretor-geral da instituição, Tedros Adhanom durante um pronunciamento em Genebra.

A decisão foi tomada depois do estudo publicado na revista científica The Lancet na última sexta-feira. A pesquisa, feita com 96 mil pacientes, mostrou que a cloroquina não é efetiva na melhora dos doentes, além de poder diminuir a sobrevida de pacientes infectados pelo coronavírus. O remédio ainda pode causar problemas cardiorrespiratórios.

“Eu gostaria de reiterar que esse medicamento (cloroquina) é considerado seguro para pessoas com doenças autoimunes ou malária”, disse Tedros Adhanom.

Yahoo

Relacionados

Postagens Relacionadas

Nenhum encontrado

Cadastre-se e receba notificações de novas postagens!