VÍDEO: Ilha se solta da terra e ‘navega’ em rio do interior do Pará

Pedaço de terra está navegando pelo Rio Afuá, na Ilha do Marajó. O fenômeno natural chamou a atenção de moradores da cidade de Afuá.
Crédito: Reprodução

AFUÁ, ILHA DO MARAJÓ – Uma pequena ilha se soltou do solo e “navega”, à deriva, perto da cidade de Afuá, no Arquipélago do Marajó, região nordeste do Pará. Moradores da cidade ficaram espantados com o caso inusitado,  gravaram vídeos e publicaram nas redes sociais em Afuá.

De acordo com o secretário Municipal de Meio Ambiente, Hilder Vinícius de Souza Félix, o pedaço de terra passou diante do centro urbano, entre 10h30 e 11h, desta terça-feira (26), segue a maré lançante em direção ao Rio Santana, chamando a atenção de quem ver a cena.

Durante a manhã, a ilha causou estragos ao enroscar em um trapiche em Afuá e, conforme Hilder, foram necessários quatro barcos para colocá-la de volta no curso do Rio Afuá. A expectativa é de que a ilhota volte à cidade após às 15h quando começa a vazante da maré. A Prefeitura já deixou equipes de brigadistas com barcos à postos para tentar evitar o choque com trapiches, postos de combustível e embarcações que ficam ancoradas na orla da cidade.

“Além do risco de se chocar e de enroscar em alguns lugares, existe o risco que a ilha traz no seu corpo, pois pode carregar animais como cobras e jacarés. Então, pedimos que as pessoas, principalmente as crianças e curiosos, evitem se aproximar ou mesmo nadar até a ilha”, alertou Hilder Félix.

A Prefeitura de Afuá ainda não calculou o tamanho da ilhota, que é considerável, mas Hilder Félix, que possui graduação em Biologia e pós-Graduação em Gestão Ambiental, Perícia Ambiental, Educação Ambiental e Direito Ambiental, já identificou que ela é formada por terra e vegetação que contém palmeiras, miritizeiros, canaranas e juncos, uma planta que faz palhada e que ajuda a ilha a boiar.

O secretário acredita que a ilhota se desprendeu da costa do Marajó ou da Caviana e que entrou pelo Rio Cajuúna até chegar ao Rio Afuá e seguir em direção ao Rio Santana. O movimento, acredita, foi causado pela maré lançante, um fenômeno comum nos meses de março e de abril e que em outras cidades causa o fenômeno conhecido como “Pororoca”.

Caso a ilha não passe para o município de Chaves, também no Arquipélago do Marajó, ela poderá voltar à Afuá durante a maré vazante, que começa por volta das 15h. A tendência, aponta Hilder Félix, é de que a terra siga para o Canal do Norte até a Ilha das Facas ou dos Camaleões.

De acordo com o biólogo, dificilmente a ilha se desmanchará com a navegação. Ela só deverá parar quando encostar em outro trecho de terra e formar raízes novamente. O fenômeno natural chamou a atenção da pequena cidade de Afuá.

Segundo os moradores, este é o segundo ano consecutivo que uma ilha se desprende e passa por Afuá. Em 2021, nesta mesma época, Hilder Félix lembrou que um pedaço de terra se soltou de uma área próxima a um restaurante em Afuá, navegou e voltou a se fixar em outro lugar próximo da cidade, na Ilha do Marajó. (Portal Debate, com Notícia Marajó)

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