Vangelia Gushterova, mais conhecida como Baba Vanga ou o “Nostradamus dos Bálcãs”, faleceu há quase 30 anos, mas suas previsões para o futuro continuam a gerar tanto fascínio quanto ceticismo. A vidente búlgara, que se tornou uma figura mítica por suas profecias frequentemente sombrias, é creditada por antecipar eventos como a Segunda Guerra Mundial, a queda da União Soviética e o ataque de 11 de setembro, entre outros.
No entanto, é importante destacar que, apesar de alguns acertos notáveis, muitas de suas previsões não se concretizaram, levando a questionamentos sobre a veracidade e precisão de suas visões.
Entre as previsões mais alarmantes de Baba Vanga está o suposto início do fim da humanidade em 2025, seguido por uma série de eventos cataclísmicos que culminariam no fim do mundo no ano 5079. Segundo a vidente, o próximo ano marcará o começo de um grande conflito na Europa que resultará em uma drástica redução da população do continente.
Além disso, ela previu que a humanidade alcançaria Vênus em busca de novas fontes de energia em 2028 e que o derretimento dos polos aumentaria significativamente o nível do mar em 2033.
Outras previsões incluem o retorno do comunismo em 2076, contato com civilizações extraterrestres em 2130, uma seca global em 2170, uma guerra em Marte em 3005 e a eventual destruição da Terra em 3797. Essas previsões, enquanto fascinantes, são recebidas com uma dose saudável de ceticismo devido à natureza espetacular e muitas vezes não verificável das mesmas.
Baba Vanga viveu em uma época em que o comunismo buscava erradicar crenças místicas, mas ela encontrou proteção sob Lyudmila Jivkova, filha do chefe de governo búlgaro na época. Isso levou à criação do “Instituto de Sugestionamento” em Sófia, que documentou suas premonições.
Apesar da controvérsia que cercava suas capacidades, Vanga se tornou uma figura cultural significativa e suas previsões continuam a ser estudadas por entusiastas do misticismo.
Teste do tempo
A precisão das profecias de Baba Vanga é debatida, e enquanto algumas se alinham surpreendentemente com eventos globais reais, outras falharam completamente ou ainda aguardam o teste do tempo. Este histórico misto convida tanto à reflexão sobre o fenômeno da profecia quanto ao ceticismo sobre o que o futuro realmente reserva.
Enquanto isso, a lenda de Baba Vanga perdura, um testemunho intrigante do eterno interesse humano pelo desconhecido e pelo previsível.
Videntes fracassados
Ao longo da história, houve diversas previsões sobre o fim do mundo ou da humanidade que fracassaram. Estas previsões, muitas vezes baseadas em interpretações religiosas, cálculos matemáticos errôneos ou teorias conspiratórias, acabaram não se concretizando. Aqui estão alguns dos exemplos mais notórios:
Profecia de Y2K (2000) – Antes do ano 2000, muitos temiam que o “bug do milênio” causaria o colapso global dos sistemas de computador. Acreditava-se que os computadores, que registravam anos com apenas dois dígitos, falhariam ao mudar de ’99’ para ’00’, resultando em falhas catastróficas. Governos e empresas gastaram bilhões para atualizar sistemas, e embora tenham ocorrido pequenos erros, o apocalipse tecnológico previsto nunca aconteceu.
Harold Camping (2011) – O evangelista americano Harold Camping previu que o Rapture e o julgamento final aconteceriam em 21 de maio de 2011. Quando nada ocorreu na data especificada, Camping revisou a previsão para 21 de outubro de 2011, que também passou sem incidentes. Após esses fracassos, Camping admitiu seu erro em prever o fim do mundo.
Calendário Maia (2012) – Muitas pessoas interpretaram o calendário maia, especificamente o final de um de seus ciclos longos em 21 de dezembro de 2012, como o fim do mundo. Teorias variavam desde cataclismos astronômicos até transformações espirituais globais. No entanto, o dia chegou e passou como qualquer outro, com líderes e estudiosos maias contemporâneos explicando que era simplesmente o fim de um ciclo e o início de outro.
Previsões de Nostradamus – Nostradamus, um astrólogo francês do século 16, fez muitas previsões vagas e interpretativas em suas famosas “Centúrias”. Muitas vezes, essas previsões são ligadas a eventos modernos, mas ele é frequentemente citado erroneamente como tendo previsto o fim do mundo em várias datas, todas as quais falharam. A natureza ambígua de suas quatrains permite múltiplas interpretações, mas nenhuma data específica de fim do mundo mencionada por ele se concretizou.
Pat Robertson (1982) – O televangelista americano Pat Robertson previu em 1980 que o fim do mundo ocorreria no final de 1982. Robertson baseou sua previsão em sua interpretação das condições globais e escrituras bíblicas. Ele depois reconheceu que errou em suas predições e continuou sua carreira na mídia religiosa.
Estes exemplos mostram como previsões sobre o fim do mundo capturam a imaginação pública, muitas vezes levando a medo e preocupação. No entanto, até agora, todas essas previsões se mostraram infundadas. Isso serve como um lembrete para tratar tais previsões com ceticismo e focar mais em enfrentar desafios reais e imediatos que a humanidade enfrenta.
As previsões fracassadas sobre o fim do mundo ou eventos catastróficos são um fenômeno comum ao longo da história, muitas vezes alimentadas por interpretações errôneas de textos religiosos, superstições ou teorias pseudocientíficas. Aqui estão mais exemplos notáveis dessas previsões equivocadas:
Millerismo (1844) – William Miller, um pregador americano, previu que Cristo retornaria à Terra em 22 de outubro de 1844. Essa data, conhecida como “O Grande Desapontamento”, levou milhares de seguidores, conhecidos como Milleritas, a venderem suas posses e prepararem-se para o evento. Quando o dia passou sem o retorno de Cristo, muitos foram deixados desiludidos e financeiramente arruinados.
Cometa Halley (1910) – A passagem do Cometa Halley em 1910 causou pânico generalizado. Algumas pessoas temiam que a cauda do cometa contivesse um gás venenoso chamado cianogênio que poderia exterminar a vida na Terra quando a Terra passasse pela cauda. Isso levou a uma febre de venda de “pílulas anti-cometa” e máscaras de gás, apesar das garantias científicas de que não havia perigo real.
Jehovah’s Witnesses (Várias datas) – As Testemunhas de Jeová fizeram várias previsões sobre o fim do mundo, incluindo anos como 1914, 1925 e 1975. Cada uma dessas datas foi antecipada com significativa publicidade e preparação por membros da fé. Após cada previsão não realizada, as interpretações das escrituras foram ajustadas e a vida continuou para os seguidores.
Planeta X/Nibiru (1995 e depois) – Nancy Lieder, uma mulher que afirma estar em contato com extraterrestres do sistema estelar Zeta Reticuli, previu originalmente que o mundo seria destruído em 2003 pela aproximação de um planeta fictício chamado Nibiru, ou Planeta X. Quando 2003 passou sem incidentes, a data foi movida para 2012 e depois para várias datas subsequentes, continuando a tendência de previsões não realizadas.
21 de Maio de 2011 – Harold Camping (Revisão) – Após o falho prognóstico de 2011, Harold Camping revisou sua previsão para o fim do mundo, declarando que 21 de outubro de 2011 seria a verdadeira data do juízo final. Mais uma vez, a data passou sem o apocalipse ocorrer, levando Camping a se retratar publicamente e a se aposentar de fazer mais previsões.
Esses exemplos ilustram um padrão recorrente onde o medo e a especulação conduzem a previsões apocalípticas que, inevitavelmente, falham. Estes fracassos não apenas desacreditam os prognosticadores, mas também podem causar danos psicológicos e materiais significativos aos que acreditam nessas previsões.