Vida e morte de São Félix de Valois, padroeiro de Marabá

São Félix de Valois - Crédito: Reprodução

No dia 20 de novembro, feriado municipal em Marabá, no sudeste do Pará, comemora-se o dia do padroeiro da cidade, São Félix de Valois, um prícipe francês, filho de família real, mas que dedicou sua vida a cuidar dos pobres e ao sacerdócio. O nome Valois é de origem francesa, portanto ao ler-se em português, Valois, deve-se preservar a pronúncia original que é Valoá. Leia a história do Padroeiro de Marabá.

Origens

Félix nasceu em Paris, no ano 1127. Ele era nada menos que um príncipe da família real de Valois, na França. Como tal, tinha sempre à sua disposição todos os luxos e comodidades que a realeza oferecia. Porém, seu espírito era caridoso e despojado de vaidades. Desde menino manifestou vocação para o sacerdócio. Além disso, ainda criança, preocupava-se com os pobres e, sempre que podia, ajudava os necessitados.

Despojamento

Félix tinha uma enorme fortuna pessoal, como príncipe. Porém, sempre que podia, dava dinheiro e outros bens aos pobres. Frequentemente privava-se do próprio alimento para socorrer aos famintos. Ainda jovem, atendeu ao chamado de Cristo para o sacerdócio.

Estudou para isso e, no tempo certo, foi ordenado padre. Ao receber a ordenação, renunciou a todos os títulos de nobreza que possuía, bem como a todos os seus direitos de príncipe. Depois, foi viver uma vida de eremita, na solidão e na humildade, dedicando sua vida totalmente a Deus. Porém, Deus tinha outros planos para a sua vida.

Um amigo, novos rumos

Um doutor e padre chamado João da Mata, amigo de Félix, procurou-o com a intenção de viver como ele. Félix, sabendo do alto grau de instrução e espiritualidade do amigo, acolheu-o como companheiro. Ali, os dois viveram por três anos. Ambos aprenderam muito, juntando a santidade de Félix e a cultura e inteligência prática do padre João da Mata.

Ameaça constante

Naquela época, inúmeros grupos de piratas aterrorizavam a região do mar Mediterrâneo. Assaltavam navios e regiões da Europa. Invadiam cidades portuárias e causavam o terror. Tratavam-se de turcos muçulmanos, grandes inimigos da fé cristã. Por isso, matavam, roubavam, saqueavam e levavam cristãos que sobreviviam para servirem de escravos.

Missão nesse mundo tenebroso

Certo dia, Félix e João caçavam nos bosques da região de Cerfroi, em áreas retiradas, próximas a Paris. Então, os dois tiveram a mesma e idêntica visão sobrenatural. Na visão, Deus os chamava para empreender uma luta para libertar dos cristãos que tinham sido escravizados pelos muçulmanos. Tal luta se daria através da criação de uma Ordem religiosa com esta finalidade. Sem medo dos riscos que tal missão comportaria, Félix e João obedeceram e começaram a Obra imediatamente.

São João da Mata – Crédito: Reprodução

Confirmação divina

Félix e João da Mata viajaram para a cidade de Roma com o fim de contar ao Papa Inocêncio III sobre a visão e pedir a autorização da Igreja para fundar a Ordem. Como sinal de Deus, o próprio Papa tinha tido a mesma visão. Por isso, reconheceu naqueles dois padres os mais indicados para iniciarem tal missão.

Consequentemente, aprovou e deu todo suporte necessário para a fundação da Ordem da Santíssima Trindade para a Libertação dos Cristãos. Ela ficou conhecida também como Ordem dos Padres Trinitários.

Formação de salvadores

O primeiro convento da Ordem foi construído em Cerfroi, no local exato da visão divina. Enquanto João da Mata cuidou da organização da Ordem e do estabelecimento de suas ações apostólicas, Félix trabalhou na formação de todos os membros, que aumentavam em número mais e mais, atraídos que eram pela santidade de São Félix.

Libertação de escravos cristãos

A luta que a Ordem dos Trinitários enfrentou foi tenebrosa, porém, de maneira surpreendente e rápida, recuperaram a liberdade de muitos cristãos que tinham sido escravizados. Vários padres da Ordem chegavam a se oferecer como escravos para conseguirem libertar e resgatar irmãos escravizados.

Dessa forma, cumpria-se outra profecia de Félix: a de que os padres dessa Ordem seriam submetidos a vexames, sofrimentos e perseguições para conseguirem a liberdade e a recuperação da dignidade de cada cristão escravizado.

Morte

São Felix de Valois faleceu no dia 20/11/1212, no primeiro convento que ele fundou em Cerfroi. Sua beatificação foi celebrada em 1666 e a canonização no fim do século XVII. Sua festa foi instituída para o dia de sua morte, 20 de novembro, em todo o mundo católico.

Feriado de São Félix de Valois

A Câmara Municipal de Marabá (CMM), através da criação da Lei Municipal Nº 2.376, de 1982, designou São Felix de Valois como Padroeiro de Marabá e criou o feriado municipal comemorado em 20 de novembro. A cidade possui praça, bairro, igreja, escola e outros bens públicos em homenagem ao Santo Padroeiro.

IGREJA SÃO FÉLIX DE VALOIS E BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL ORLANDO LIMA  LÔBO. | Mapio.net
Igreja de São Félix de Valois em Marabá – Crédito: Reprodução

Fonte: Pedro Souza

(Com informações Cruz Terra Santa)

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