Veja lista de beneficiários e cúmplices das fraudes de André Ataíde em Marabá

Investigação da Polícia Federal iniciada em fevereiro, a partir da Operação Passe Livre, segue revelando ainda mais detalhes e outros envolvidos nos esquemas do golpista, que está em liberdade provisória
Golpista André Ataíde | Foto: Reprodução

MARABÁ, SUDESTE DO PARÁ — Relatório produzido pela Polícia Federal a partir da análise do celular apreendido do golpista André Rodrigues Ataíde, de 23 anos, que está em liberdade provisória após ser preso por fraudes ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), revela duas listas com 39 nomes de supostos beneficiários e cúmplices do jovem ex-estudante de medicina. A investigação ocorre no curso da Operação Passe Livre, deflagrada em fevereiro deste ano e que ganhou repercussão em nível nacional.

Entre os supostos favorecidos pelas fraudes a exames vestibulares, há pessoas residentes em várias regiões do Pará e nos estados de Goiás, Maranhão e Ceará. Ao todo, a Polícia Federal relaciona 21 nomes, que são apresentados a seguir:

  1. Adriano Ferreira de Melo
  2. Andrea Khrisman Santos
  3. Aylla Suriann Barbosa Galvão
  4. Carlos Eduardo Rodrigues Campos
  5. David Gabriel Cardoso Rocha
  6. Eduardo Machado Lins Vasco
  7. Evellyn Lavygne Pinheiro de Sousa
  8. Giovanna Bezerra de Moraes
  9. Jeovanna Gabryella Reges da Silva
  10. Jhonata Fernando Meier Rocha
  11. Julia Leticia de Souza Barbosa
  12. Lucas Cunha Sá Maia Magon
  13. Marcelo Feitosa Batista Gomes
  14. Marcos Almeira
  15. Maria Gabriela Queiroz Coelho
  16. Maria Luiza Sousa Carvalho
  17. Matheus Caetano Carlot
  18. Murillo Monteiro de Paula
  19. Paula Vivian Sousa Lima
  20. Rochelmi Gomes Costa
  21. Thais Maria Ferreira Simões

O laudo da PF também menciona uma lista de pessoas que estariam colaborando com André na fraude das provas. O papel específico de cada uma no esquema não foi esclarecido, mas a lista inclui os seguintes nomes:

  1. Adrielli Karpinski Pedroso
  2. Alanna Isabella Alves Almeida
  3. Ana Clara Castro de Barros
  4. Beatriz Vasconcelos Torres
  5. Camilla Rayane de Brito Lordão
  6. Carlos Eduardo Alexandre Silva
  7. Clarissa Petri Fernandes
  8. Elton Arruda Costa
  9. Erivelton Silva Pinto Junior
  10. Gustavo Souza Araújo
  11. Hiago Silva Rattes
  12. João Felipe de Bessa Albino
  13. João Lucas de Aguiar Sampaio
  14. José Luiz Farias de Oliveira
  15. Luiz Carlos Rodrigues Furtado
  16. Maria Antônia de Melo e Carvalho Ramos
  17. Rafaella Resende de Almeida
  18. Thinan Anthony Leão Walfredo

O relatório produzido pela polícia aponta que André agia de forma sistemática e organizada, com a ajuda de dezenas de outras pessoas na fraude a provas de vestibulares em troca de dinheiro.

André, segundo a PF, tinha como foco principal de sua atuação criminosa a fraude de exames vestibulares que acontecem na modalidade on-line. O golpista se aproveitava das vulnerabilidades encontradas nos sistemas de aplicação das provas remotas para burlar as verificações de segurança dos avaliadores.

A Polícia Federal não conseguiu determinar quais instituições podem ter sido alvo da fraude. Atualmente, diversas faculdades particulares em Marabá oferecem vestibulares na modalidade on-line.

Nessas provas, um dos requisitos é que o candidato esteja com a câmera e o microfone ligados, mas André orientava outra pessoa a ficar ao lado do “cliente” enquanto este realizava o exame. Essa pessoa era orientada a fotografar as questões sem que o celular aparecesse na webcam, e após isso, entravam em ação as “mentes brilhantes” para respondê-las.

Tutorial da fraude: André aparece ensinando a como fotografar questões de vestibular on-line sem levantar suspeita

Golpista foi preso por série de crimes

No dia 29 de março, André Ataíde foi preso pela PF em Belém, escondido na casa de familiares, após fugir da cidade de Marabá. Embora André seja apontado como o mentor do esquema de fraude no Enem, a prisão foi efetuada com base em evidências de diversos outros delitos, algumas das quais foram encontradas em seu celular.

Durante a análise dos materiais apreendidos, foram localizados diversos outros crimes, como realização de inúmeras provas de vestibulares de medicina de faculdades particulares, falsificação de documentos como RG’s, cartões do SUS, atestados médicos, receitas médicas, produção de cena de sexo explicito com adolescente, etc.; Os crimes que não guardam conexão com crimes federais foram descobertos fortuitamente durante a análise de parte dos materiais apreendidos.

Entenda o caso

A Operação Passe Livre, iniciada pela Polícia Federal em fevereiro, visa a combater fraudes ao Enem. Um dos principais alvos é André Ataíde, ex-estudante de medicina na Uepa em Marabá, suspeito de ter sido aprovado duas vezes no exame, utilizando as identidades de Eliésio Ataíde e Moisés Assunção.

Os três foram alvos de mandados de busca e apreensão em 16 de fevereiro, resultando na apreensão de telefones celulares, provas do Enem de 2019 a 2023 e manuscritos.

A perícia da Polícia Federal revelou que as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não correspondiam aos inscritos nos processos seletivos do Enem, indicando possível uso de documentos falsos. Estima-se que André tenha recebido cerca de R$ 150 mil para fazer o exame no lugar dos verdadeiros candidatos.

Durante as investigações, foi observado um comportamento suspeito: no dia da prova do Enem, em 5 de novembro de 2023, Moisés trocou mensagens com sua namorada às 15h26, horário da realização do exame.

Com base nas notas fraudulentas do Enem, Eliésio e Moisés foram aprovados em Medicina na Uepa em Marabá, sem terem realizado a prova. No entanto, as vagas foram revogadas e devolvidas aos candidatos prejudicados pela fraude, por decisão da Justiça Federal de Marabá. (Portal Debate)

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