Vatapá ou Maniçoba” conquista Tela Quente e exalta o audiovisual paraense

O filme foi produzido através do projeto Telefilme Regionais da GloboFilmes, que garante não somente a produção, mas a exibição pela TV Local em primeira janela.

Na última segunda-feira, 3 de fevereiro, a sessão Tela Quente, da Rede Globo, exibiu o média-metragem “Vatapá ou Maniçoba”, dirigido pelo paraense Fernando Segtowick,  e roteirizado por Lúcia Tupiassú, em uma coprodução entre a Marahu Filmes e a Globo Filmes. Com atuações de Iza Moreira, Adriano Barroso e Astréa Lucena, o filme conta a história de Marcely, que tem o sonho de ser rapper. Mas entra em conflito com o pai, com quem vai morar, que decide que a menina deve participar de um baile de debutantes. A coluna bateu um papo com o diretor sobre a produção, a exibição em horário nobre e os próximos projetos no audiovisual paraense.

No filme, a gente percebe que há uma série de “conflitos” emaranhados naquele núcleo familiar, bem representado na culinária do título, mas há o de representação social, do constructo de gerações e até relações humanas. Como foi trabalhar com esses temas?

A criação e roteiro são da Lúcia Tupiassú (roteirista paraense) que tinha essa ideia de discutir o conflito geracional e as dificuldades de muitos homens de entenderem questões do universo feminino. Uma parte importante do projeto é que aprovamos primeiro um argumento e tivemos a possibilidade de desenvolver o roteiro para um filme de TV de 45 minutos aproximadamente. Lúcia escreveu esse roteiro de maneira muito bem dosada entre o drama e a comédia, de forma que pudéssemos falar de vários temas de forma leve e divertida.

São três gerações de atores (Astrea, Adriano e a Iza) no filme. Como foi trabalhar com eles?

A Iza é uma atriz já com bastante experiência em séries da Netflix e Paramount, e até novela da Globo, mas eu acho que ainda é pouco conhecida em Belém. O papel da Marcely era difícil porque tinha que parecer mais jovem e, ao mesmo tempo, ter a maturidade. Iza topou esse desafio e super se dedicou para viver Marcely. Adriano está comigo desde meu primeiro curta (“Dias”, 2001) é meu amigo e um grande ator. E aceitou não somente viver o Jurandir, como também estar comigo na preparação dos atores. É uma parceira muito boa que temos. E Astrea é uma referência e que merece ter esse destaque. Gostaria de falar também do elenco de apoio, desde as amigas da Marcely – Irá, Azul Literal e Nanaj – assim como a galera do Batalha do Marex, que entregaram atuações excelentes.

Vocês tiveram a consultoria artística do Jorge Furtado. Como foi que ele chegou até o trabalho de vocês?

O filme foi produzido através do projeto Telefilme Regionais da GloboFilmes, que garante não somente a produção, mas a exibição pela TV Local em primeira janela. Dependendo da performance na estreia e da avaliação da Globo Nacional, a exibição na Tela Quente. Mas além disso tudo, existe um consultor artístico que acompanha o projeto desde o argumento, roteiro, direção e montagem. Jorge não só trouxe contribuições incríveis, como também virou um fã do filme. Poder contar com ele foi um grande presente.

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Tu achas importante essa divulgação pelo Globoplay e exibição em Tela Quente? Como está sendo a recepção ao trabalho de vocês?

Uma das nossas maiores questões no audiovisual brasileiro é como acessar os nossos conteúdos. Poder ter o filme em uma plataforma com a Globoplay e depois a exibição na Tela Quente faz com que um número muito grande de pessoas possam ver o “Vatapá ou Maniçoba”. Somente na última segunda, segundo as estimativas da TV Globo, mais de 16 milhões de pessoas viram o filme, com 9,6 pontos de audiência nacional. É uma visibilidade gigante.

Como é trabalhar com uma narrativa que conta histórias da periferia, com pessoas, conflitos e ambientes reais, longe dessa lógica da violência ou estereótipos?

Eu queria no filme mostrar a nossa realidade de uma forma muito cotidiana e fora dos cartões postais da cidade. Então é muito bom mostrar uma família assim, mas de forma honesta, digna. Adriano falou uma coisa que acho que marca muito isso, que é um dos poucos papéis que ele viveu que ele não está com uma arma na mão, tem uma casa legal, um carro e trabalho digno. Acho que não há mais espaço para essas antigas narrativas.

Quais são os seus projetos futuros?

No momento, estou na produção de uma série sobre natureza e turismo comunitário, denominada Pelos Rios da Amazônia, que vai ser exibida na TV Cultura de SP. Estou filmando um curta denominado Praia Grande,  sobre a morte do meu pai de Covid em 2020 e nossa relação com essa praia no Mosqueiro. E estou escrevendo o roteiro de “A Floresta de Maní” que vai ser o meu primeiro longa-metragem de ficção, e que é inspirado no curta MATINTA de 2010. (Com Diário do Pará)

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