Vale é denunciada por falta de investimentos e barragem perigosa no sudeste do Pará

Canaã dos Carajás pode instalar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar responsabilidades da mineradora com as comunidades locais
Foto: Divulgação

A mineradora Vale tem sido alvo de denúncias e críticas em várias cidades do sudeste do Pará, região onde a empresa atua intensamente na exploração mineral. Dentre os problemas apontados, destacam-se a falta de investimentos nas cidades da região, a guarda patrimonial violenta e a barragem considerada a mais perigosa do mundo, o Projeto Salobo, em Marabá, distante apenas 11 km do Rio Itacaiunas.

Em Marabá, a Câmara Municipal instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar diversas situações envolvendo a companhia, entre elas o impacto da atividade mineradora na cidade e a conduta da Vale em relação aos trabalhadores e às comunidades locais.

Na cidade de Canaã dos Carajás, a vereadora Maria Pereira fez um forte desabafo durante a sessão de terça-feira (2). Ela denunciou a situação de 24 famílias da região do Cristalino, que podem ser despejadas de suas terras sem indenizações pela Vale. Segundo a vereadora, isso aconteceria como uma forma de punição às famílias pelo fato de terem permitido a mineração ilegal dentro das terras.

Maria Pereira deixou claro que é favorável à instauração de uma CPI para investigar a Vale, questionando a chamada responsabilidade social da empresa e as contrapartidas pela exploração mineral no município. Ela criticou a empresa por não levar a sério os anseios das comunidades rurais e do povo de Canaã e afirmou que a Vale está acostumada a ‘matar’ as pessoas no cansaço.

A vereadora foi categórica ao dizer que nenhum vereador foi eleito para defender os interesses da empresa e que é preciso defender o povo. Ela chamou a atenção para a linha de ferro que a empresa construiu em cima da terra das pessoas e disse que se for preciso, irá arrancá-la com a ajuda das comunidades afetadas.

Maria Pereira ainda cobrou que a Vale sente com as famílias, defina um preço justo para indenização e faça os pagamentos. Ela criticou a falta de responsabilidade social da empresa e perguntou sobre as promessas de hospitais e escolas que deveriam ter sido construídos com a concessão da mineração.

“Eu vou mostrar para a Vale se aqui não tem uma mulher que tem coragem e uma Câmara de Vereadores com vergonha na cara”, finalizou a vereadora. (Portal Debate, com Gazeta Carajás)

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