Trabalhadores da linha de frente de combate a Covid-19 protestam em Marabá

Foto: Reprodução

Houve um movimento, composto por trabalhadores, ontem (13), às 16 horas, empunhando cartazes, contra o Prefeito Tião Miranda, na frente do Hospital Municipal de Marabá (HMM). O protesto cobrou a devolução de 10% de insalubridade cortada, reclamou da falta de reajuste salarial durante 4 anos e uma parcela significativa de servidores ficou ‘fula da vida’ com a abrangência de uma proposta de abono salarial, protocolada na Câmara Municipal de Marabá (CMM).

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Projeto Lei da discórdia

O Projeto de Lei Nº 23, de 11 de maio de 2020, de autoria do executivo municipal, concedendo o ‘abono da discórdia’ apenas para uma parcela da categoria, lotada nas áreas da Covid-19, localizadas nas dependências do HMM, revoltou os trabalhadores de outras alas do Hospital Municipal que também ficam expostos ao novo coronavírus.

De acordo com os trabalhadores, os servidores que atuam na tenda da Covid-19 utilizam toda a estrutura do HMM como, por exemplo, o servidor da lavanderia recebe a roupa de cama contaminada, tem que lavar, secar e passar, sujeito à infecção, porém está fora do abono salarial.

Segundo os protestantes, o setor de esterilização e laboratório recebem o material, contaminado, oriundo do setor da Covid-19, porém também estão fora do alcance do Projeto de Lei enviado à Câmara Municipal. O material contaminado pelo coronavírus circula dentro do Hospital Municipal, ele não fica restrito a tenda montada para receber os pacientes com suspeita da doença.

Raimundo Bezerra, coordenador do Sintesp

“Agora mesmo estamos com 2 pacientes internados na ‘Sala Vermelha” porque não existe vagas na tenda da Covid-19. Estamos expostos à contaminação tanto quanto o pessoal da tenda. Por que a gente está fora do abono salarial?”, reclamou uma atendente de enfermagem do HMM.

O Pronto Socorro do HMM também acabaria recebendo pacientes contaminados, pois nem todos os doentes procuram a tenda da Covid-19 para receber o primeiro atendimento. “Mais de 50 profissionais infectados e afastados apenas no Hospital Municipal de Marabá mostram que as nossas reivindicações possuem fundamento. Estamos lutando para salvar a vida do trabalhador da saúde de Marabá”, protestou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública do Estado do Para (Sintesp), Nucleo – Marabá, Raimundo Gomes Bezerra.

De acordo com Raimundo, dezenas de servidores das unidades básicas de saúde, localizadas na zona rural e urbana, estão infectados com o coronavírus porque realizam o primeiro atendimento e não possuem o Equipamento de Proteção Individual (EPI), todavia também estão excluídos da bonificação salarial prevista no Projeto de Lei Nº 23.

Os Agentes Comunitários de Saúde, segundo o coordenador do Sintesp, estariam sofrendo os mesmos problemas, mesmo fazendo parte da chamada linha de frente, não recebem EPI nem estão incluídos no abono salarial. Dezenas estariam afastados da função contaminados pelo novo coronavírus. “As máscaras usadas pelos ACS são feitas de Tecido Não Tecido, o conhecido TNT. Eles só utilizam a máscara de TNT como EPI”, afirmou o dirigente sindical.

Para o Sindicato, “Não existe um local adequado para tratar os servidores da saúde infectados pela Covid-19. Eles estão jogados ao léu, por falta uma política de atendimento ao servidor doente. De acordo com Raimundo Bezerra, os servidores contratados recentemente, foram colocados para trabalhar na tenda da Covi-19, sem nenhum treinamento, e muitos já estariam infectados pelo coronavírus.

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Assessoria de Comunicação

O Portal Debate Carajás conversou com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Marabá, na noite de ontem (13), e o Secretário, Alessandro Viana, ponderou que o Equipamento de Proteção Individual (EPI) é distribuído constantemente no Hospital Municipal, Hospital Materno Infantil e postos de saúde.

De acordo com Alessandro, a PMM receberá, hoje, mais uma leva de EPI para abastecer algumas necessidades, a PMM está licitando mais um lote de EPI, mas todas as unidades de saúde possuem o Equipamento de Proteção Individual (EPI) para cada servidor.

Pedro Souza

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