Toni Cunha revela possibilidade de ser candidato a prefeito de Marabá

Em entrevista ao Debate Podcast nesta quinta-feira (14), deputado não descartou apoio de Tião Miranda para a disputa deste ano. Episódio pautou o pedido do parlamentar para criação de uma CPI na Alepa com o objetivo de investigar os casos de exploração sexual infantil que ocorrem no Marajó
Deputado Toni Cunha respondeu a série de questionamentos dos jornalistas Pedro Souza e Vinícius Soares durante o programa | Foto: Canal Debate

MARABÁ, SUDESTE DO PARÁ — O deputado estadual Toni Cunha (PL), delegado licenciado da Polícia Federal, foi entrevistado na noite desta quinta-feira (14) pelo Debate Podcast. O episódio pautou o pedido do parlamentar para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) com o objetivo de investigar os casos de exploração sexual infantil que ocorrem no Arquipélago do Marajó. A situação ganhou destaque em nível nacional após a interpretação da música “Evangelho de Fariseus” pela cantora evangélica Aymeê Rocha, no reality gospel Dom Reality. Porém, o ponto alto da entrevista ocorreu próximo das considerações finais, quando os apresentadores Pedro Souza e Vinícius Soares questionaram Toni Cunha sobre uma eventual candidatura a prefeito de Marabá nas eleições 2024.

“É bastante possível. Nós estamos montando o PL, ouvindo as pessoas. Temos uma intimação dada pelo presidente Bolsonaro e pelo presidente do partido, Valdemar da Costa Neto. As pesquisas internas feitas pelo Paraná Pesquisas, que é um instituto sério, nos colocam muito bem. Temos o compromisso de apoio total do Partido Liberal, que colocou Marabá como prioridade”, respondeu Toni Cunha, destacando o ambiente político favorável para sua possível candidatura a prefeito neste ano.

Indagado sobre uma eventual composição política com o prefeito Tião Miranda (PSD), do qual ele foi vice-prefeito em 2017 e 2018, e nos anos seguintes um opositor ferrenho, Toni Cunha afirma que essa também é uma possibilidade que não está descartada.

“Nós nos juntamos uma vez para trazer coisas boas para Marabá. Críticas todos nós sofremos. Campanha é campanha. O prefeito [Tião Miranda] tem muitas realizações, é um realizador, ninguém pode discutir isso. Sempre é possível melhorar, independente de quem seja o prefeito. É assim que a cidade se constrói. Se o prefeito achar que nós somos o melhor para Marabá e decidir nos apoiar, eu não tenho nenhum problema”, garante Toni Cunha.

CPI do Marajó

Autor do pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) para investigar as denúncias de exploração infantil nas ilhas de Marajó, o deputado Toni Cunha mencionou que o pedido conta apenas com nove assinaturas, sendo necessárias 14 para a abertura da comissão, como direito da minoria da Casa.

Durante a conversa, Cunha disse não compreender as razões pelas quais a maioria dos pares na Alepa não aderiu ao seu pedido para criação da CPI do Marajó, uma movimentação política que teria a impressão digital do governador Helder Barbalho (MDB).

Segundo Toni Cunha, alguns parlamentares pertencentes à base governista chegaram a pedir autorização ao governador para assinarem o pedido, porém teriam sido orientados a ignorarem o documento. Inclusive, um deputado estadual, pertencente à bancada governista, que inicialmente havia assinado o pedido retirou a assinatura dias depois.

Apesar dessa movimentação do governo contrária à investigação parlamentar sobre o Marajó, Toni Cunha afirma não acreditar que o governador Helder Barbalho tenha qualquer relação com os casos de abuso infantil no arquipélago, mas que a CPI poderia alcançar eventuais aliados políticos do governador, gerando desgaste político em ano de eleições municipais.

“Ele é um pai de família, demonstra cuidar bem dos seus filhos e de sua esposa, mas ele precisa cuidar da família dos outros também. O governador precisa cuidar do povo paraense. O governo tem a oportunidade de protagonizar essa discussão, até mesmo porque seriam eles que presidiriam a relatariam a CPI. Por ser o autor do pedido de criação [da CPI], eu não poderia exercer qualquer das funções”, argumenta Cunha.

Ânimos exaltados na Alepa

Na sessão de terça-feira (12) na Alepa, os deputados Fábio Freitas (Republicanos) e Zeca Pirão (MDB) usaram o microfone para acusar os parlamentares que assinaram a favor da CPI de fazerem politicagem e defenderam as iniciativas adotadas pelo Governo do Estado, no que dizem ser o “enfrentamento às mazelas históricas” que ocorrem na Ilha do Marajó.

Ao pedir a palavra, o deputado estadual Toni Cunha criticou os dois colegas pelos ataques aos deputados que assinaram a CPI e respondeu os governistas que haviam se pronunciado anteriormente, chamando-os de “inúteis” e “animais de estimação do governo”, além de se referir a Fábio Freitas como “pastor do cão” e “pastor do capeta”.

Toni Cunha relembrou o episódio durante o podcast, manifestando concordar com a carta de desabafo publicada pelo bispo Dom José Azcona em que o religioso compara a Alepa a uma prostituta. “Eu concordo totalmente com o bispo. Com todo respeito às prostitutas. É preciso respeitar as prostitutas. As prostitutas se dão mais respeito do que a Alepa se deu com relação ao caso do Marajó”, disparou o deputado.

Assista ao Debate Podcast com Toni Cunha na íntegra:

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