Passageiros abrem sombrinhas para se proteger do sol dentro de ônibus no Pará

Foto foi feita por usuária de ônibus indignada com falta de películas e ar-condicionado nos coletivos da capital

Uma paraense indignada com as altas temperaturas e o sol escaldante que a cidade de Belém tem enfrentado neste mês de junho flagrou uma cena inusitada dentro do transporte público. Pessoas abriram sombrinhas na esperança de se resguardar das radiações solares e do calor. Nos últimos dias, Belém tem registrado temperatura máxima de até 33º C, com mínima de 24º C.

Isabelle Queiroz, moradora do bairro do Tenoné, retornava da faculdade, por volta de 14h da última quinta-feira (22), quando se deparou com as sombrinhas abertas dentro do coletivo. Até que a publicação dela acabou viralizando nas redes sociais.

Ela contou que, inicialmente, achou engraçado e resolveu fazer a foto, mas depois refletiu e percebeu toda a problemática enfrentada pelos usuários dos coletivos. Além disso, a situação impacta também o psicológico de todos.

“Está ficando cada vez mais comum ver essas cenas dentro dos ônibus. É bem complicado, e isso nos leva a refletir sobre o descaso que nós vivemos”, declarou a estudante.

Quem costuma andar nos coletivos públicos se depara com vários veículos em situações decadentes na capital. Enquanto isso o processo de licitação está parado, por falta de interesse das empresas.

Os passageiros convivem com inúmeras reclamações de insetos que andam pelas cadeiras, a falta de ar-condicionado e o barulho dos motores. Janelas aparentemente mal fixadas e ainda rodas que se soltam dos veículos.

Usuários de transporte coletivo reclamam de condições dos ônibus em Belém — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Usuários de transporte coletivo reclamam de condições dos ônibus em Belém — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A cena das sombrinhas flagrada poderia ser solucionada com películas de retenção do sol, minimizando o calor enfrentado. Já sobre o calor, a solução para os passageiros seria o ar-condicionado nos veículos, a fim de tornar mais desconfortável a viagem com as janelas fechadas.

“É bem comum ouvir conversas sobre a péssima qualidade dos ônibus, ainda mais pelo clima que enfrentamos. Quando chove fica abafado, quente e pior quando está superlotado”, comenta a paraense.

Outro ponto citado pela usuária dos coletivos é a saúde psicológica das pessoas que enfrentam todos os dias esse tipo de situação. Não só o calor, mas o barulho, a falta de conforto e higienização que estressam a quem necessita utilizar esse tipo de veículo todos os dias.

Por ser estudante do curso de psicologia, ela afirma que todos os fatores ruins dos ônibus de Belém somam para uma péssima qualidade de vida, declinando a saúde mental e física.

“Os coletivos não são apenas uma questão de locomoção, mas também de bem estar, saúde da população, pois quem utiliza vê todos os dias e sente as consequências da má qualidade dos ônibus de Belém e região. Eu falo pela minha experiência, é nítido no rosto das pessoas o quão estressante e cansativo é utilizar o transporte público”, afirmou.

Além da cena das sombrinhas, também é comum os relatos na internet de usuários mostrando como fica a situação dos transportes no período de chuva. Não somente a questão do espaço ficar abafado, com as janelas fechadas, mas também a falta de estrutura com goteiras no teto.

Sobre a licitação do transporte público, que deveria melhorar a qualidade do serviço, a Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informou que o processo parado está passando por análises e que o desinteresse por parte do empresariado passa por questões econômicas. (Com g1 Pará)

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