Acesso à internet no Pará cresce acima da média brasileira

O primeiro quantitativo estatístico revela um cenário importante: o aumento de domicílios com acesso à internet e a diminuição daqueles sem o recurso

Elaborada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), a nota técnica “Pará Conectado 2023” apresenta um demonstrativo da evolução do acesso à internet no Pará e como a população paraense está inserida no cenário digital: o estado registrou crescimento de 14,24% em domicílios com acesso à internet nos últimos três anos, número acima da média brasileira, que fechou com 9,8%.

É possível conferir os dados da “Pará Conectado 2023” e outros estudos da Fapespa no site oficial da fundação:  https://www.fapespa.pa.gov.br/publicacoes

“Falar em internet é também falar sobre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecido pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) como meta a ser cumprida até 2030. Isso porque o mundo conectado está ligado, cada vez mais, a diversos setores que se relacionam ao exercício de direitos da população, como economia, desenvolvimento social e educacional. Entender o contexto atual da internet em solo paraense evidencia diversos aspectos ligados às condições de acesso da população. É uma nota técnica que toma como base, por meio de análises documentais e estatísticas, o que há de mais recente levantado pelo IBGE sobre o estado do Pará”, destaca Marcio Ponte, diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural (Diepsac) da Fapespa.

Acesso

O primeiro quantitativo estatístico revela um cenário importante: o aumento de domicílios com acesso à internet e a diminuição daqueles sem o recurso. De 2019 a 2021, as habitações com acesso à internet no Pará cresceram 14,24%, enquanto que os domicílios sem a rede recuaram -31,38%. A queda foi ainda maior na Região Metropolitana de Belém (RMB), com variação negativa de -37,66% e crescimento de 3,12%.

Com base nesses dados, ainda foi possível dimensionar o percentual de domicílios onde se faz uso da internet. Em 2021, no estado, o índice alcançou 82,8%. Na RMB, o percentual foi de 93,2% das casas conectadas à internet, maior que a média brasileira, que fechou aquele ano em 90%.

Quanto à parcela de paraenses sem acesso à rede, as justificativas variam. Nas pesquisas, grande parte aponta que “não sabia utilizar a internet” como principal motivo, seguido de que o “serviço de acesso à internet ou equipamento eletrônico necessário era caro” e “falta de interesse em acessar a internet”. Na RMB, a “falta de interesse” foi predominante.

De modo geral, os números evidenciam que ainda há carência na educação voltada para a informatização entre os brasileiros e paraenses, sendo esse o maior motivo de não se conectarem à rede. Além do mais, o serviço ainda não é acessível financeiramente para uma parte significativa da sociedade.

“A região amazônica tem características particulares únicas no mundo. Quando se trata de internet, é um fator que pode dificultar o acesso em alguns aspectos. A distância geográfica é um exemplo. Ainda assim, os dados estatísticos apontam para o crescimento constante desse alcance no Pará, além de trazer um dimensionamento do quanto ainda é necessário que esforços de instituições públicas e privadas avancem para que a parcela restante da população tenha garantido o direito a esse acesso”, complementa Ponte.

Ainda que haja desafios, os motivos para a não utilização da internet nos domicílios apresentaram variações negativas em todas as localidades. Na justificativa de “serviço de acesso à internet ser caro”, a variação foi de -12,42% no estado, assim como “serviço de acesso à internet não estar disponível na área do domicílio”, que apresentou uma diminuição de -42,14%.

O que se observa, no que diz respeito à popularização do recurso tecnológico, é o aumento da acessibilidade financeira a esses serviços, bem como aos equipamentos utilizados, maior cobertura geográfica e interesse da população em acessar e, consequentemente, mais pessoas passando a saber usar a rede.

Usuários da rede

A nota técnica também traça o perfil dos internautas paraenses. O resultado indicou que, quanto ao gênero, são as mulheres que lideram o acesso à internet, fenômeno similar no Pará e no Brasil, ainda que o acesso pelos homens tenha crescido 16,26% nos anos analisados.

Quanto à escolaridade, o uso é maior entre as pessoas “sem instrução e fundamental incompleto” no Pará. Na RMB, isso ocorre entre a população com “ensino médio completo”. Observando a faixa etária, os paraenses de 14 a 49 anos de idade são os que mais utilizam a internet. Já a população de 60 anos ou mais está cada vez mais conectada, aumentando em todas as localidades. As variações positivas foram de 38,19% no Brasil, 47,96% no Pará e 21,05% na região metropolitana de Belém.

Para ter acesso à internet, o telefone móvel, como o smartphone, foi o equipamento mais utilizado no Pará e no Brasil. O percentual do uso do aparelho ultrapassou os 90%. A maior variação de crescimento foi do uso da televisão, impulsionada, principalmente, pela difusão das Smart TVs. O acesso à internet pelo aparelho de televisão cresceu 51,02% no Brasil, 123,84% no Pará e 105,38% na RMB. Por outro lado, o tablet foi o equipamento menos utilizado para conexão com a internet, com percentuais abaixo de 10% no ano de 2021.

Cidadania

O acesso universal à internet está atrelado à conquista de direitos básicos para o exercício da cidadania. A nota técnica Pará Conectado 2023 demonstra como a população paraense está em processo de crescimento, avançando entre os anos quanto à conexão à rede. Os dados pontuam a importância de se considerar as desigualdades, que precisam ser trabalhadas através de políticas públicas, com ações e serviços que promovam um acesso à internet igualitário e mais generalizado no estado.

“Uma dimensão maior da comunicação vai fazer com que a comunidade amazônida dê saltos em todos os serviços e produtos que pode oferecer ao mundo. Ao apresentar os números do aumento do acesso à internet no Pará, a Fapespa mostra que estamos no caminho certo. Os incentivos do governo do Estado têm proporcionado cada vez mais a ampliação dessa importante ferramenta de transformação social. Esse estudo contribui com os avanços, mas também com os desafios da conectividade na nossa região”, avalia Marcel Botelho, diretor-presidente da Fapespa. (Com Fapespa)

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