O quarto metal mais utilizado do mundo é o manganês, e 36% das reservas minerais do Pará são desse elemento. Um dos estados brasileiros mais ricos em minério, o Pará, de acordo com o Sumário Mineral do Estado, tem ainda 80% das reservas nacionais de bauxita, 77% das de cobre e 43% das de caulim.
Apesar de quase 90% da produção de manganês ser destinada ao setor da siderurgia, suas aplicações incluem ainda a fabricação de fertilizantes, de rações animais e de carros. Os smartphones, por exemplo, têm suas matérias primas derivadas do manganês, com as ligas metálicas usadas para produzir as baterias dos celulares. O manganês é essencial também na fabricação de quase todos os tipos de aço e dá origem às pilhas alcalinas.
O Brasil possui 10% das reservas mundiais de manganês, atrás apenas da Ucrânia (24%), África do Sul (22%) e Austrália (16%). No Pará, o manganês é encontrado em Cumaru do Norte, em Parauapebas e em Marabá, onde fica localizado a maior mineradora de exploração de manganês do mundo, a Buritirama. E de lá o minério segue para EUA, México, Noruega, China e Índia, de acordo com o Sindicato das Indústrias do Pará (Simineral).
O processo de extração é realizado a partir de planejamento da lavra, que otimiza os procedimentos para melhor aproveitar os recursos minerais. Essa é a primeira etapa do processo, é a extração propriamente dita e é toda feita com a utilização de maquinários.
O minério removido é transportado por caminhões para começar o processo de beneficiamento, onde o manganês é separado da terra e de outros minérios sem valor.
A arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) do Pará, no primeiro trimestre de 2019, foi de R$ 372 milhões. O estado ocupa o 2º lugar no ranking dessa arrecadação. Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá foram os municípios que mais receberam royalties provenientes da indústria de mineração.
Exploração ilegal
Na contramão dessa produção, a prática de exploração ilegal do minério cresceu no sudeste do estado. Em 2018, a Polícia Federal divulgou um levantamento sobre a quantidade de manganês extraída de forma ilegal no Pará, assim como os prejuízos causados pela extração clandestina, como os danos ambientais provocados. Os prejuízos chegam a aproximadamente R$ 87 milhões.
Ainda segundo a PF, as investigações de uma operação de extração ilegal do minério começaram em 2015 e mostram que a prática ilegal se expandiu tanto, que um dos pontos de extração ilegal já é considerado o terceiro maior do país.
O principal ponto ilegal ligado a extração e ao processamento clandestino de manganês, fica no sudeste do estado entre os municípios de Marabá, Paraupebas e Curionópolis.
G1 Pará