Secretaria capacita professores para afastar estudantes do ensino superior no Pará

O atual secretário de Educação, Rossieli Soares, possui uma rejeição altíssima na categoria que prepara um movimento de greve para os próximos dias.
Secretário Rossieli Soares

A formação para professores ofertada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), ministrada pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), desde a segunda-feira (22), vem recebendo duras críticas por parte dos educadores, em especial, àqueles que trabalham com alunos do Ensino Médio, nas escolas públicas do Estado do Pará, pois os professores estão a “ver navios”.

A revolta vem ocorrendo, porque o atual secretário de Educação, Rossieli Soares, determinou uma mudança significativa na  implantação de uma nova matriz curricular sem dialogar com a categoria. Desde o ano de 2023, as formações para professores não levam em conta os saberes locais e regionais, mas sim conteúdos que têm como base a educação implementada em outros estados da federação que ninguém nem sabe se deu certo. O conteúdo ministrado pela equipe do ICE se adequa mais ao Ensino Fundamental na rede estadual de ensino do Pará.

De acordo com os educadores, no caso do  Ensino Médio, as formações passam muito longe da capacitação do professor para lidar com as práticas e saberes que possam facilitar o ingresso do aluno do ensino superior via Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Durante os três dias de formação, como exemplo, as mudanças na grade de correção da Redação Enem sequer foram mencionadas pela equipe de formação do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE). Para se ter uma ideia, a última capacitação para professores de Língua Portuguesa que trabalham a Redação Enem ocorreu há mais de 3 anos.

A formação em curso determina a execução de diversas atividades, ao mesmo tempo, por todas as turmas de uma escola, sendo que a maioria delas não possui a estrutura predial, um pátio escolar adequado, falta pessoal de apoio e professores. Segundo a maioria dos educadores, a formação do ICE está indo para o “sul” e a preparação para o ENEM dirige-se para o “norte”. Esse problema preocupa as famílias que lutam para o filho ingressar no ensino superior.

Revolta

A alteração da matriz curricular provocou a perda de carga horária de diversos professores em todo o Pará ou muitos passarão a trabalhar em várias escolas distante uma da outra para “ganhar o pão de cada dia”. Esse problema foi causado pela Instrução Normativa 2024, onde trata da lotação de professores. Rossieli Soares está obrigando os professores das escolas de tempo integral a permanecerem o dia todo na unidade de ensino, inclusive em horário de almoço, e isso causou revolta entre os educadores, pois trabalham em regime de “hora aula” não em jornada.

Rossieli Soares possui uma rejeição altíssima na categoria. O político é alvo de uma campanha de demissão por parte do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp). Ele é visto como “ditador”, arrogante e com alto poder destrutivo dos avanços conquistados pelos educadores do Pará. A categoria decidiu decretar estado de greve em Assembleia Geral ocorrida no dia 22 de janeiro de 2024. Um movimento de greve está previsto para os próximos dias, caso as medidas descabidas não sejam revistas.

N a manhã desta terça-feira (23/1), os professores realizaram protesto em frente à Secretaria de Estado de Educação, ambiente chamada pelos educadores de “Seducão”. Os profissionais acusam o governador Helder Barbalho (MDB) de enviar diversas viaturas da Polícia Militar (PM) para o local para reprimir o protesto que ocorreu sem incidentes. Para os trabalhadores da Educação, o “Barbalhinho” está preocupado apenas em melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do Pará. Quem deseja ingressar no Ensino Médio é que “se vire”. (Portal Debate)

Relacionados

Postagens Relacionadas

Nenhum encontrado

Cadastre-se e receba notificações de novas postagens!