MARABÁ (PA) – Há quase 6 meses para a eleição de prefeito da cidade de Marabá, no dia 6 de outubro de 2024, o Portal Debate fará, a seguir, uma análise imparcial, um recorte atual da pré-campanha, sobre as virtudes, chances e problemas com a imagem que cada candidato deverá enfrentar, com o início da jornada eleitoral, no dia 16 de agosto de 2024, embora estejamos conjecturando algumas suposições sobre um quadro político suscetível de mudanças com o “andar da carruagem” em Marabá.
Vamos iniciar a análise situacional com o atual líder das pesquisas de intenção de votos, “Chamozinho” (MDB), nesta etapa da jornada política, rumo ao prédio da Prefeitura Municipal de Marabá (PMM).
“Chamonzinho”
Ao que tudo indica, o pré-candidato Wenderson Azevedo Chamon, conhecido como “Chamonzinho”, contará a seu favor com o apoio de Helder Barbalho (MDB). O político lidera todas as pesquisas de intenção de votos, possui uma quantidade enorme de vereadores e lideranças em sua base de apoio e foi o deputado estadual mais votado na eleição de 2022 no Pará, embora seu nome tenha “murchado” bastante nas últimas pesquisas. “Chamonzinho” contará com o aporte financeiro e político da “máquina” do governo do Estado do Pará e segue, hoje, como o nome mais forte na disputa.
Pesa contra ele, a ausência de recursos oriundos de emendas parlamentares destinados para Marabá, durante seis anos de mandato como deputado na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), mesmo sendo aliado de “primeira hora” de Helder Barbalho. Segundo o que rola nos bastidores, os adversários de “Chamonzinho” possuem um dossiê, que será levado a público durante a campanha, sobre o aumento de seu patrimônio, negócios com a mineração e os conflitos com a lei de alguns integrantes de sua família. Se essa estratégia adversária não emplacar, como se diz no futebol, “Chamonzinho” estará com as duas mãos na taça.
Toni Cunha
O deputado Toni Cunha (PL) contará com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com a força da “máquina bolsonarista de fazer votos”. O parlamentar já ocupou o cargo de vice-prefeito, em 2017 e 2018, na gestão do atual prefeito Tião Miranda (PSD). O político destinou emendas parlamentares para Marabá, é bastante ativo nas redes sociais e conservador de “carteirinha”. Nos últimos meses, Toni tem dito que anda mais “calmo” e “amadureceu” bastante na vida política. O delegado licenciado da Polícia Federal (PF) ocupa o segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, hoje, e apresenta uma grande perspectiva de crescimento de seu nome durante a campanha.
Em seu desfavor, os adversários tentarão colar nele a pecha de um candidato com desequilíbrio emocional devido ao seu modo arrojado de se expressar que, às vezes, soa como arrogância no trato com os desafetos. Toni Cunha sofrerá com a falta de recursos para dar volume a sua campanha. O deputado conta com os conservadores que deram a Jair Bolsonaro 74.985 votos (53,99%), ou seja, 11.077 a mais que Lula (PT), na eleição de 2022. Se Jair Bolsonaro vier a Marabá, em maio, e a onda bolsonarista se empenhar na campanha, Toni Cunha poderá abrir a champagne Dom Pérignon para comemorar a vitória nas urnas.
Fábio Moreira
O engenheiro civil será um neófito na disputa eleitoral de Marabá. Fábio Moreira (PSD) foi o escolhido para suceder o todo poderoso da política de Marabá, Tião Miranda, que possui uma aceitação popular de cerca de 80% e esse dado será levado em consideração por grande parte dos eleitores no dia 6 de outubro de 2024. O ex-secretário comandou todas as obras estruturantes realizadas na Terra de Francisco Coelho durante a atual gestão de Tião. As chances de vitória de Fábio estão ligadas à disposição de Sebastião Miranda para fazer campanha e eleger seu sucessor. O nome do político é bem visto por grande parte dos eleitores de Marabá. O anúncio da entrada de Fábio Moreira na disputa eleitoral atingiu o maior alcance, nas redes sociais, entre todos os pré-candidatos e esse é um aspecto importante na corrida eleitoral.
Durante a campanha, Fábio vai herdar a rejeição natural de Sebastião Miranda. Os adversários deverão explorar a falta de experiência dele no mundo político, embora tenha sido secretário de Obras por mais de 7 anos em Marabá. Além disso, o político será responsabilizado pelo eleitor pelos eventuais erros de gestão de Tião Miranda. O engenheiro civil vai sofrer um pouco na jornada por ser um candidato pouco conhecido do eleitor. No entanto, se o atual prefeito arregaçar as mangas e partir para ruas na campanha, colocar a estrutura da “máquina” da Prefeitura de Marabá no “jogo”, fazer um grande trabalho de mídia, Fábio Moreira poderá comprar os foguetes para comemorar a vitória, pois ainda faltam quase 6 meses para o dia da votação.
Dirceu
O deputado Dirceu Ten Caten (PT) deverá se tornar, nas próximas semanas, um nome forte na disputa pela Prefeitura de Marabá. Ele conta com o apoio do presidente Lula (PT) e com a “máquina” do governo federal. Lula teve 46, 01% dos votos na eleição do dia 30 de outubro de 2023, em Marabá, e este será um dado muito significativo na reta final da corrida eleitoral. O parlamentar arregimenta uma forte militância progressista e espera futuros investimentos do governo petista. Dirceu será o único candidato de centro esquerda na eleição de Marabá. O político destinou grandes recursos oriundos de emendas parlamentares para a Terra de Francisco Coelho e diversos outros benefícios via convênio com os governos estadual e federal. Ele está no terceiro mandato como deputado estadual no Pará.
Contra ele pesa a rejeição por parte do eleitorado em relação ao Partido dos Trabalhadores (PT) devido à polarização ideológica existente em Marabá. Dirceu também vai carregar o peso da rejeição política de integrantes de sua família que ocuparam cargos na Prefeitura de Marabá e na Assembleia Legislativa (Alepa). A distância entre Marabá e Brasília (DF) será outro problema que o jovem deputado terá que superar em busca de recursos. Caso Dirceu abocanhe parte do apoio do governador Helder Barbalho, Lula visite Marabá, e os “companheiros” decidirem ir para as ruas atrás de votos, Dirceu Ten Caten poderá contratar os artistas para o show da vitória.
Irismar Melo
A advogada e professora, Irismar Melo (PP), conhece muito bem o “caminho das pedras” para ser eleita prefeita de Marabá. Ela já foi vereadora por três mandatos e já concorreu ao cargo na eleição de 2022. Durante conversa com a reportagem do Portal Debate, no início da noite desta quinta-feira (11), Irismar reafirmou que sua candidatura está indo a todo vapor. A pré-candidata afirmou que já recebeu vários convites para compor com outras chapas, mas preferiu prosseguir na luta, embora tenha que obedecer a determinação do Progressistas. Irismar Melo tem um nome muito forte no meio do eleitorado feminino, é bastante conhecida em Marabá e vem trabalhando bastante para colocar seu nome à disposição do eleitor.
Pesa em desfavor de Irismar Melo, a falta de uma “máquina” federal, estadual ou municipal para auxiliá-la com estrutura e recursos para tocar a campanha. A advogada deverá enfrentar os adversários, contando apenas com o recurso oriundo do fundo eleitoral. Os 6.806 votos (5,24%) obtidos, na eleição de 2020, indicam que Irismar ainda é desconhecida da maioria do eleitorado ou que precisa rever sua estratégia de campanha em Marabá. A professora ainda sofre com alguns resquícios políticos do desastre da gestão de Maurino Magalhães da qual fez parte. Caso seu programa de governo convença o eleitor, a ex-vereadora poderá organizar a carreata da vitória.
Impactos da chegada de Fábio Moreira ao “jogo”
Não tenho nenhuma pesquisa qualitativa de intenção de votos nem sou sensitivo, mas, ao meu ver, a chegada de Fábio Moreira à corrida eleitoral fideliza mais ainda os votos ideológicos de Toni Cunha/Bolsonaro e Dirceu Ten Caten/Lula quase impossíveis de serem alterados. A campanha de Fábio e Tião atinge “em cheio” os votos de centro, hoje, ligados a “Chamozinho”, pois Helder Barbalho e o ex-prefeito da cidade de Curionópolis não contam com o voto ideológico em Marabá e, para piorar a situação, ambos enfrentarão uma oposição ferrenha de Sebastião Miranda e Toni Cunha.
Já Tião Miranda anda “tiririca da vida” com a traição do governador em não apoiar Fábio Moreira e está disposto a fazer de tudo para eleger seu sucessor à frente da Prefeitura de Marabá. “O tempo dirá se minhas palavras estão com a razão”. O destino final de todas as campanhas encontra-se nas mãos do eleitor de Marabá. Que ele seja sábio e iluminado. (Pedro Souza)
