Na manhã desta sexta-feira (16/2), a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Passe Livre contra um estudante de medicina suspeito de fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e se passar por outros dois candidatos nos vestibulares de 2022 e 2023. Os três envolvidos, André Rodrigues Ataíde, Eliesio Bastos Ataíde e Moisés Assunção, foram alvo de mandados de busca e apreensão em Marabá.
Durante as diligências, realizadas nas residências dos investigados, foram apreendidos telefones celulares, provas do Enem de 2019 a 2023 e manuscritos. A investigação revelou que André Ataíde teria realizado as provas do Enem no lugar dos dois candidatos, resultando na aprovação destes em medicina pela Universidade Estadual do Pará (Uepa).
Eliesio Bastos Ataíde, um dos beneficiados pelo esquema, já estava cursando medicina, enquanto Moisés Assunção estava prestes a ingressar na faculdade. A perícia da Polícia Federal constatou que as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram produzidas pelos verdadeiros inscritos nos processos seletivos do Enem, mas sim por André Ataíde.
As investigações indicam ainda que o suspeito pode ter utilizado documentos falsos para prestar os vestibulares em nome dos candidatos. A PF também está apurando se existem outros aprovados de forma irregular por meio deste esquema criminoso.
Caso seja confirmada a hipótese criminal, os investigados, André Ataíde, Eliesio Bastos Ataíde e Moisés Assunção, poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, entre outros. O Portal Debate divulga com exclusividade os detalhes desta operação que chocou a cidade de Marabá.
Defesa constituída
Os advogados criminalistas Diego Adriano Freires e Magdenberg Teixeira estão responsáveis pela defesa de André Rodrigues Ataíde. Em nota enviada a este portal de notícias, os defensores informaram que acabaram de serem contratados pelo investigado e que “estarão se habilitando nos autos do inquérito policial para obterem acesso à integralidade dos autos”.
“Enquanto isso, as investigações prosseguem, a defesa acredita que de forma técnica e justa deve comprovar a inocência do seu cliente”, finaliza a nota do escritório de advocacia.
A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos demais investigados, Eliesio Ataíde e Moisés Assunção. (Portal Debate)