Saiba quem é o pedinte agredido e humilhado por empresários

Foto: (Reprodução)

O anonimato de Anderson Luis da Silva Zahn, 25 anos, acabou na última quinta-feira (9).  Naquele dia, um vídeo – gravado por Hidelbrando José Pais dos Santos na segunda-feira (6) – em que o morador de rua é agredido pelo empresário Adonias Correia de Santana, 43 anos, foi divulgado nas redes sociais e rodou o Brasil.

Desde então, Anderson se tornou conhecido e a Polícia Judiciária Civil tenta encontrar Hidelbrando e Adonias, que ainda não se apresentaram espontaneamente, nem foram presos. Mas, afinal, o que se sabe do homem que foi humilhado e agredido em um vídeo gravado e compartilhado sem o seu consentimento?

A rua

Morador de rua, Anderson costuma dormir em um posto de combustível na Rua das Pitangueiras, no Setor Comercial de Sinop (500 km de Cuiabá)Sobrevive de doações. Costuma ficar nas ruas ou na porta de estabelecimentos da cidade com uma placa escrita: “To com fome. Você pode me ajudar?”.

No dia da agressão, ele estava na porta de um supermercado. Ao contar sobre o que aconteceu para um programa da TV local e lembrar que o agressor o mandou trabalhar, Anderson disse ficar na rua por não ter outra opção.

“Quando eles estavam saindo eu falei: ‘se você tem uns trabalhos pode me arrumar um serviço, não estou aqui porque eu quero, estou aqui porque preciso’. Muitas vezes as pessoas falam: ‘Vai trabalhar’. Me dá um trabalho que eu vou. A gente procura, procura e não acha”, afirmou ele, ao Alô Sinop.

Ele contou já ter sido muito xingado desde que passou a morar na rua, mas que, ainda assim, se surpreendeu com a agressão, que nunca havia acontecido.

“Não é porque eu moro na rua que pode qualquer um chegar e bater na minha cara. Não estou fazendo nada de errado, não estou roubando, não estou matando”, disse.

Anderson em entrevista na Delegacia de Sinop (Foto: reprodução / Alô Sinop)

Passagens policiais

Anderson já foi denunciado por três furtos em Sinop. O primeiro foi em 2017 na residência de um casal que o acolheu por alguns dias, após ele ter saído de uma clínica de reabilitação para dependentes químicos.

Após alguns dias na casa, ele teria descumprido uma ordem dos donos da casa e foi pedido que se retirasse.

Depois que ele foi embora, porém, a mulher percebeu a falta de um celular, um tablet e algumas joias. Ela registrou um boletim de ocorrência denunciando o furto e afirmou que algumas pessoas teriam visto Anderson vendendo objetos pertencentes a ela.

O segundo furto do qual ele foi acusado foi em janeiro deste ano, em um supermercado. Anderson foi detido por seguranças que o viram pegando uma caixinha de som, escondendo nas vestes e tentando sair sem pagar por ela. Ele foi encaminhado para a delegacia.

O terceiro no fim de fevereiro deste ano. Ele foi acusado de furtar uma bicicleta em um posto de combustível. Porém, algumas pessoas o flagraram, seguiram e acionaram a polícia. Mais uma vez, ele foi encaminhado para a delegacia.

O Livre

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