Quarto suspeito de participar do assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira se entrega e é preso

Gabriel Pereira Dantas, de 26 anos, se apresentou no 2º Distrito Policial, no Bairro do Bom Retiro, em São Paulo, nesta quinta-feira, 23. 
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O quarto acusado de envolvimentos no assassinato do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira, o amazonense Em depoimento ao delegado da Polícia Civil de São Paulo, Kauê Danillo Granatta, ele  confessa ter participado da morte dos “dois turistas”.Gabriel Pereira Dantas, de 26 anos, se apresentou no 2º Distrito Policial, no Bairro do Bom Retiro, em São Paulo, nesta quinta-feira, 23.

Dom e Bruno desapareceram no dia 5 de junho, na região do Vale do Javari, no Amazonas. O pescador Amarildo de Oliveira, conhecido como “Pelado”, confessou à PF que assassinou a dupla, mas a corporação segue investigando as circunstâncias que motivaram o crime.

Além de Pelado, estão detidos o seu irmão, Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”, e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”.

De acordo com o boletim de ocorrência, Dantas procurou dois policiais que estavam em patrulhamento na Praça da República, no centro da cidade. O suspeito disse aos agentes que estava fugindo do Amazonas após o assassinato de Dom e Bruno. Na delegacia, ele afirmou que passou uma temporada em Atalaia do Norte, na região do Vale do Javari, para se esconder, porque estaria “jurado de morte” pelo Comando Vermelho. Ainda segundo a versão do amazonense, ele se encontrou casualmente com “Pelado”, com quem saiu para um passeio de barco no Rio Madeira. No caminho, diz o documento, a dupla se encontrou com os “turistas”. “Antes de emparelharem os barcos, “Pelado” tirou a espingarda 16 e a apontou para os dois [Bruno e Dom], que já perceberam e ficaram parados, tendo o ‘magrinho’ [Dom Phillips] gritado, mas “Pelado” efetuou um disparo primeiro no ‘magrinho’, carregou novamente a espingarda e efetuou outro disparo em Bruno; que os tiros foram efetuados a uma distância de aproximadamente três metros”, diz um trecho do depoimento.

Após o assassinato, Dantas, “Pelado” e outros dois suspeitos participaram da ocultação dos corpos e dos pertences das vítimas. Depois do crime, “Pelado” teria dito a Dantas que Dom Phillips, a quem chama de “gringo”, era “safado e talarico”. “Declara que na volta do local, “Pelado” disse ‘aquele gringo é safado e talarico’ e se a casa cair pode deixar que não vou te entregar não; afirma que Pelado é pescador e acredita que ele disparou e matou o ‘gringo’ mais magro pelo motivo que ele disse, de ter mexido com sua mulher, enquanto o outro teria morrido ‘de graça’, só para não incriminá-lo; afirma, por fim, que havia conhecido “Pelado” há cerca de uma semana”, diz outro trecho do documento.

Na fuga até a capital paulista, Gabriel percorreu mais de 8,5 mil quilômetros. Ele passou por sete municípios, entre eles dois paraenses: Santarém e Trairão, segundo declarações do próprio suspeito dadas à Polícia Civil de São Paulo. Ele afirma que também esteve em uma casa para dependentes químicos no Pará.

Ele disse que seu objetivo seria chegar ao Rio de Janeiro. Gabriel afirma ter saído de Atalaia do Norte, no Amazonas, e viajado por Manaus (AM), Santarém (PA), Trairão (PA), Cuiabá (MT), Guarantã do Norte (MT) e Rondonópolis (MT) antes de chegar a São Paulo. Ele é usuário de drogas e também relatou ter passado por uma casa de acolhimento para dependentes químicos no Pará.

O suspeito disse ter contado com a ajuda de um caminhoneiro, que chegou a abrigá-lo e a dar R$ 150 para ele passar os seus primeiros dias na capital paulista, sem saber que o homem tinha participado do assassinato de Bruno e Dom. Interrogado pela Polícia Civil em Goiás, o caminhoneiro confirmou a versão de Gabriel.

Ainda durante o depoimento, o suspeito informou que morava em Manaus, mas se mudou para Atalaia do Norte após ameaças do Comando Vermelho. Em São, ele disse que vagou pela região da Sé como um anônimo, se misturando entre os moradores de rua na área que concentra a maior população de pessoas sem domicílio fixo na capital paulista.

Após a confissão, o pedido urgente de prisão temporária de Dantas feito pela Polícia Civil foi enviado inicialmente ao Tribunal de Justiça de São Paulo, que está em contato com a Justiça do Amazonas. Depois de passar à tarde no 77.º Distrito Policial, em Santa Cecilia, o novo suspeito foi encaminhado para superintendência da PF e será recambiado para o Amazonas. (Com informações da Jovem Pan e Estadão)

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