Protestos contra presidente e confrontos deixam mortos e feridos no Peru

Situação política de Pedro Castillo se complicam a cada dia. País vive um cladeirão social.
Crédito: Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os protestos contra a alta de preços no Peru, que paralisaram Lima e foram recebidos pelo governo com repressão e toque de recolher, se espalharam por outras cidades do país, em meio ao aumento da pressão contra o governo do presidente Pedro Castillo.

Nesta quarta-feira (6), manifestantes fecharam estradas e uma pessoa morreu em confronto com a polícia na região de Ica, a 300 quilômetros ao sul da capital. O confronto ocorreu pela manhã, quando a polícia tentou remover um bloqueio de trabalhadores agrícolas na rodovia Pan-Americana, onde funcionam empresas do agronegócio. Houve violência dos dois lados e um trabalhador rural foi morto.

“Quinze feridos foram internados, nós temos um gravemente ferido. Há um civil que deu entrada já morto em consequência do conflito”, disse o diretor do hospital de Ica, Carlos Navea, em vídeo publicado no Facebook. Dentre os 15 feridos, 12 são policiais e três são trabalhadores rurais, disse Navea.

O líder rural Julio Carbajal disse a uma rádio local que a vítima é um trabalhador de 25 anos de Huancavelica, que trabalhava em uma empresa agrícola em Ica.

Ele se junta a outras três pessoas mortas até aqui em diferentes regiões do país, segundo a imprensa peruana. Na terça, um jovem de 19 anos morreu ao ser atingido na região da orelha durante um protesto na cidade de Ambo, a 350 quilômetros da capital, e já chegou ao hospital morto.

Em Jauja, a 260 quilômetros da capital, um adolescente de 13 anos morreu afogado no rio Yacus enquanto fugia de bombas de gás lacrimogêneo. Na mesma região, uma professora de 31 anos morreu atropelada dias antes em meio a protestos.

A princípio convocadas contra a alta no preço de combustíveis, as manifestações tornaram-se os primeiros protestos de massa contra o presidente Castillo, que assumiu o cargo há oito meses e sobreviveu a dois processos de destituição. Ele tem índice de rejeição de 66%, segundo pesquisa do instituto Ipsos.

O movimento popular ganhou mais força depois que Castillo decretou toque de recolher na terça-feira em Lima e na cidade de Callao, que deveria valer até a meia-noite, mas que foi suspenso após as 17h depois que a população desafiou as restrições e em meio a protestos violentos na capital.

Enquanto o presidente anunciava ao Congresso o fim do toque de recolher, manifestantes marchavam pelas ruas dizendo que entrariam no Parlamento, segundo a imprensa local, e lançavam garrafas contra a polícia, que reagiu com bombas de gás lacrimogêneo. Alguns manifestantes agrediram jornalistas que cobriam as manifestações, saquearam lojas e depredaram estações de ônibus e as sedes do Ministério Público e do Judiciário do país. Mais de 20 pessoas ficaram feridas, incluindo ao menos 17 policiais.

Trabalhadores de setores do transporte pararam vias em diferentes cidades contra o preço da gasolina, e manifestantes em Huánaco fizeram bloqueios contra o alto preço de fertilizantes agrícolas, segundo relatos da imprensa local.

No setor da construção civil, trabalhadores anunciaram uma paralisação nacional para a próxima quinta-feira (7) e uma passeata até o Ministério do Trabalho pedindo aumento de salários.

“Há necessidade de um aumento salarial para recuperar o poder de compra dos salários, reduzido pela inflação e pelo aumento dos combustíveis e necessidades básicas”, disse Luis Villanueva, secretário-geral da Federação de Trabalhadores da Construção Civil do Peru. (Portal Debate, com Folhapress)

Protestos contra Castillo se espalham pelo Peru e confrontos deixam mortos  e feridos - Agita Brasília
Pedro Castillo – Crédito: Reprodução

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