Prisão do ex-deputado “Wlad” afronta democracia no Pará

Wladimir Costa foi preso pela Polícia Federal (PF), na manhã desta quinta-feira (18), ao desembarcar no Aeroporto de Belém.
"Wlad", Helder Barbalho e Renilce Nicodemos - Fotos: Reprodução

BELÉM (PA) – Por mais que a deputada federal Renilce Nicodemos (MDB) tenha entrado com uma notícia-crime no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE/PA) com acusações contra o ex-deputado Wladimir Costa, mas conhecido como “Wlad”, atribuindo a ele o crime de extorsão, violência política de gênero, injúria, difamação, perseguição e violência psicológica contra a mulher, uma prisão preventiva me parece uma “overdose” para curar um simples resfriado.

Segundo os bastidores da política do Pará, “Wlad” agrediu sua ex-secretária, Renilce Nicodemos, nas redes sociais, como um homem nunca deve fazer com um ser humano, muito menos com uma mulher, mas uma ordem de prisão vinda “lá de longe” por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), me parece uma retaliação articulada nos corredores do Poder Judiciário em Brasília (DF) e um acinte à democracia do Estado do Pará, mesmo sabendo que o polêmico e “bocudo” ex-deputado “não é flor que se cheire”.

Wladimir Costa já foi aliado, anos atrás, de Helder Barbalho (MDB), porém rompeu com o governador e passou a apoiar o Prefeito da cidade de Ananindeua, Dr. Daniel Santos (PSB), opositor de Helder e forte candidato ao governo do Pará em 2026. Para os desafetos, Renilce pertence à “cozinha” de Helder Barbalho, o modus operandi para prender o ex-deputado “Wlad” é bastante conhecido e o “alvo” é Daniel Santos, Prefeito de Ananindeua. Nos últimos dias, Helder e Daniel estão lidando com brigas, traições e demissão em massa de apoiadores no governo do Pará e Prefeitura de Ananindeua.

Por causa de mau uso das redes sociais, o Brasil já viu o Supremo Tribunal Federal (STF), a Corte Suprema, bloquear perfis e emitir ordem de prisão para pessoas que atentaram contra a democracia ou fizeram ameaças de morte, mas expedir uma ordem de prisão preventiva contra uma pessoa sem o devido processo legal, transitado em julgado, devido a ataques venenosos nas redes sociais, soa-me como uma interferência na Justiça e os supostos ilícitos praticados por “Wlad” não chegam a justificar a prisão preventiva dele.

Os desafetos de Helder Barbalho que enxergam muita “coincidência” entre a prisão de “Wlad” e seus duros ataques ao governador, já começaram a insinuar que o prefeito Daniel Santos, que se tornou o inimigo político mais famoso do Barbalho, tem que ficar com as “barbas de molho”. Nada é mais nefasto em uma democracia do que se utilizar de uma interferência no Poder Judiciário para prejudicar um adversário na Justiça. O ex-deputado foi preso, na manhã desta quinta-feira (18), ao desembarcar no Aeroporto de Belém e está custodiado em uma cela comum da Delegacia de Polícia Civil do Bairro Marambaia.

De acordo com seus adversários, até que Helder justifique que “focinho de porco não é tomada”, sua imagem de ditador está pegando corpo em todo o Pará, embora não se tenha provas da participação dele na prisão de Wladimir Costa. No entanto, no dia 28 de abril de 2020, a Polícia Civil do Pará cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dos jornalistas Eduardo Sarmento Cunha, Diógenes Silva Brandão e Jhonathan Souza da Silva, devido a críticas endereçadas ao governo Helder Barbalho. Como diz o ditado popular, “Onde tem fumaça tem fogo”. (Pedro Souza)

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