A poucos dias de um dos maiores eventos religiosos do Brasil, o Círio de Nazaré, inicia-se a corrida para preparar um dos itens culinários que não podem faltar na mesa do paraense: a maniçoba, que requer um árduo trabalho para ficar devidamente pronta para consumo.
Tendo em vista que o preparo exige um alto consumo de gás de cozinha, é comum que algumas pessoas optem por meios alternativos, a exemplo da lenha ou do carvão, que são mais econômicos. Algo inusitado, no entanto, aconteceu na noite da última segunda-feira (7) em uma vila de casas no bairro da Cremação, em Belém, quando uma moradora cozinhava a iguaria gastronômica.
Nazaré Moura, de 59 anos, já é conhecida pelos vizinhos por preparar, religiosamente, sua maniçoba na lenha todo mês de outubro. Experiente com o preparo, ela sabe até os horários de parar ou retomar o cozimento, mas naquela noite, a polícia ambiental acatou a um chamado de uma vizinha nova, que reclamou do excesso de fumaça.
“Meu filho estava mexendo a maniçoba pra mim. Ele disse que ela reclamou, que não aguentava mais a fumaça e que chamaria a polícia se não apagassem. Se ela não tivesse sido tão grosseira, teríamos desligado o fogo naquela mesma hora”, disse Nazaré ao DOL.
Não deu outra. A vizinha cumpriu o prometido e a polícia chegou, sendo atendida por Nazaré e o filho, que acataram ao pedido de apagar as chamas da maniçoba.
Após resolverem e a polícia ir embora, imediatamente, uma multidão se formou na vila e, entre caras e bocas, o assunto dividiu opiniões.
Na manhã do outro dia, vida que segue. A vizinha que reclamou não deu mais as caras, mas a insatisfação é o que fica. “Eu geralmente cozinho a maniçoba até às 22h e ninguém nunca se incomodou com isso. Gastei 80 reais para comprar um botijão de gás, dinheiro que daria para comprar mais ingrediente para a maniçoba”, contou, chateada.
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