Várias prefeituras municipais paraenses já publicaram decretos de cortes de servidores temporários, de redução de jornada de trabalho e de remuneração. Todas se utilizam da justificativa de que necessidade de corte de gastos para economizar recursos para utilizar no combate à pandemia de covid-19.
Porém, os prefeitos até agora não anunciaram cortes de salários deles próprios, secretários municipais e nem as câmaras municipais deram o exemplo, reduzindo remuneração e benefícios de vereadores, cortando na “própria carne”.
As medidas de sacrifício temporário são anunciadas apenas para os servidores cumprirem. Como é o caso do município de Capanema, no nordeste paraense. Em plena pandemia do novo coronavírus, o prefeito municipal, “Chico Neto” (DEM), cortou pela metade o quadro de profissionais de saúde, inclusive médicos, no mesmo momento em que a cidade registra o primeiro caso positivo de Covid-19.
A gestão municipal recebeu do Ministério da Saúde R$ 1.2 milhão como aporte para o combate à doença. A medida incoerente de dispensa de profissionais de saúde fez a Unidade de Pronto-Atendimento Upa de Capanema entrar em quase colapso muito antes do pico da crise.
Altamira encerrou os contratos de um grupo grande de profissionais de saúde no meio da pandemia
No dia 19 de março, funcionários da Secretaria de Saúde de Altamira foram surpreendidos com o término do contrato de trabalho.
O município é administrado pelo prefeito Domingos Juvenil (MDB) e já tem três casos confirmados da covid-19, dois deles já foram considerados curados. Altamira recebe mensalmente somente em royalties da empresa Norte Energia, que administra a usina hidrelétrica de Belo Monte uma média de R$ 8 milhões.
No município de Santo Antônio do Tauá, também no nordeste paraense, o prefeito municipal Evandro Corrêa da Silva (MDB), publicou uma portaria, promovendo cortes nas gratificações do professores concursados, cortou o valor do adicional noturno dos vigias que atuam nos órgãos municipais e reduziu em 25% os salários dos professores municipais.
Situação mais dramática enfrentam os servidores municipais de Tucuruí. O secretário municipal de Administração, Nerice Chaves de Miranda assinou decreto em que dispensou em torno de 3 mil funcionários municipais, que atuavam como contratados temporários.
O mais impressionante, é que nesta mesma semana a Prefeitura Municipal de Tucuruí divulgou edital de dispensa de licitação para contratação de empresa de publicidade com valor de R$ 1 milhão.
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