MARABÁ (PA) – Na quarta-feira (19), a divulgação dos nomes dos artistas selecionados pela Prefeitura Municipal de Marabá (PMM), como atrações para as festas de réveillon 2024, vem causando polêmicas, críticas e gerado “memes” nas redes sociais.
O evento está programado para ocorrer na na Orla do Rio Tocantins. A festa da virada, que será realizada na Praça São Félix de Valois, no Bairro Marabá Pioneira, no dia 31 de dezembro de 2023, terá início às 20 horas, com a participação de “Kbeça Vok”; “Simone Moraes e Sílvio”; “Léo Nicácio” e “Dj Júnior Batidão”, todos os cantores são de Marabá.
De acordo com a Secretaria de Comunicação Social (Secom), a Prefeitura de Marabá procurou prestigiar os chamados “artistas locais” ou “pratas da casa”. “Se o prefeito tivesse contratado um artista renomado, com cachê na casa de R$ 800 mil, a reclamação seria a de que a PMM estaria jogando dinheiro fora, ou seja, o recurso poderia ser investido em áreas sensíveis como saúde e educação”, justificou o secretário Alessandro Viana.
Governo federal
O uso de emendas de parlamentares para pagamento de cachês a artistas e bandas para shows nas cidades que são seus redutos eleitorais é controverso e já foi alvo de investigação. A crítica é que esse recurso, liberado pelo governo federal — que desembolsa verbas de emendas —, poderia ser aproveitado em ações mais urgentes e necessárias para os municípios, como investimento em saúde e educação.
No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a destinação de verba para esse tipo de despesa está sendo mantida. O Ministério do Turismo enviou pedido aos deputados e senadores que destinem emendas para esse tipo de ação, chamada de promoção de eventos para divulgação do turismo interno.
A pasta tenta captar recurso de emendas individuais e de bancadas para apoio a cachê de artistas e bandas. Cada deputado tem direito a emenda individual de R$ 37,6 milhões, e cada senador, de R$ 69,6 milhões. Todas são impositivas, ou seja, o governo é obrigado a pagá-las.
Cametá
No mês de julho de 2023, o Festival de Verão de Cametá, no Pará foi suspenso após uma decisão judicial acatando um pedido do Ministério Público do Pará (MPPA). Entre as atrações, havia a presença de diversos artistas como Pabllo Vittar, Toni Garrido e Durval Lelys.
Segundo o Ministério Público, um dos motivos seria o fato de a cidade de Cametá ter entrado em situação de emergência por conta de chuvas no último dia 27 de março de 2023, o que teria validade de 180 dias, o que não seria compatível com a realização do evento que possuía um custo estimado em R$1,5 milhões.
Política do “Pão e circo”
A política do “Pão e circo” (panem et circenses), como ficou conhecida, era o modo com o qual os líderes romanos lidavam com a população, em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. Esta frase tem origem na Sátira X do humorista e poeta romano Juvenal, (ano 100 d.C.), todavia me parece que essa prática não faz parte do perfil administrativo do prefeito da Terra de Francisco Coelho.
Conforme dizem as pessoas próximas ao Prefeito Tião Miranda (PSD), o gestor prefere manter os serviços essenciais em funcionamento a comprometer as finanças da Prefeitura de Marabá com shows caros, pois não faltam casos de prefeituras endividadas no Pará, porque o prefeito adotou a política do “Pão e circo” e o povo se deu mal.
Polêmica
A contratação de artistas nacionais ou locais sempre causou polêmicas no Brasil, nos últimos anos, pois a sociedade se mostra dividida em relação ao tamanho dos gastos com atrações para a festa da virada de Ano Novo. Assim como existem as pessoas que defendem a realização de shows caros aos cofres públicos, há aqueles que se posicionam radicalmente ao contrário.
“Pelo andar da carruagem”, essa discussão ainda vai longe, mas valorizar os artistas locais é visto com “bons olhos” por boa parte da população, pois os 4 artistas que irão se apresentar no réveillon 2024 possuem uma carreira consolidada na cidade de Marabá. (Portal Debate)
