PARAUAPEBAS (PA) – Desde a manhã desta terça-feira (28/11/23), a população acompanha estarrecida os desdobramentos da “Operação Hefesto” deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Pará (MPPA) e pela Polícia Federal (PF) na estrutura organizacional da Prefeitura Municipal de Parauapebas (PMP), no sudeste do Pará.
Segundo informações locais, os policiais realizaram uma “visita surpresa” em endereços ligados ao Secretário de Educação, José Leal Nunes, conhecido como “Prof. Leal”. O político é ligado à vereadora Eliene Soares (MDB) que também sofreu busca a apreensão e tem o controle político da Secretaria Municipal de Parauapebas (SEMED), alvo principal do Ministério Público.
O parlamentar, identificado como “Cássio da VS-10”, “dono” da Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb) teve seu gabinete na Câmara Municipal de Parauapebas (CMP) visitado pelos agentes da “Operação Hefesto”, pois ele é investigado pela prática de diversos crimes pelo MPPA. Os policiais do GAECO fizeram também uma devassa na Divisão de Merenda Escolar (DAE).
De acordo com o que sabe até agora, existem suspeitas de possíveis desvios de verbas públicas, fraudes em licitações e malversação de recursos destinados à educação da “Capital do Minério”. Na Semurb, segundo as investigações, estariam ocorrendo diversos danos ao erário público por meio de “mutretas e tramoias” sob o comando do vereador “Cássio da VS-10”. Os agentes também teriam realizado uma “batida” na Secretaria Municipal de Saúde, pois existem agentes públicos investigados no âmbito da “Operação Hefesto” e em diversos outros setores da Prefeitura de Parauapebas.
Diante de tantos crimes que ocorrem, há décadas, me vem à cabeça uma pergunta: “será que o eleitor ainda terá a coragem de votar em um representante deste grupo político que comanda e saqueia os cofres públicos de Parauapebas, há mais de 20 anos?”. Se votar, nas eleições de 2024, é porque gosta de sofrer, pois desde a primeira eleição de Darci Lermen, em 2000, existem relatos de roubalheiras de verbas públicas por parte de seu grupo político.
Os candidatos à sucessão de Darci como o deputado Ivanaldo Braz (PDT); Rafael Ribeiro (MDB); “Branco da White” (União Brasil) e o deputado Keniston Braga (MDB) estão “envolvidos até o pescoço”, de maneira direta ou indireta, com esse “lamaçal” que envolve o grupo político do atual prefeito de Parauapebas que já foi afastado do cargo diversas vezes, devido a “rolos”, mas sempre consegue voltar ao Palácio dos Ventos.
O próprio Darci já teve decretada a sua prisão, em 2016, acusado de ser o principal personagem do núcleo político da quadrilha que desviava recursos dos royalties de mineração, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) pela “Operação Timóteo”. Ele tinha acabado de ser eleito, mas uma vez no poder, Darci sempre consegue escapar da Justiça. No bate papo com meus botões, eu me pergunto: “não existe um candidato sério fora deste enlamaçado grupo político do “Galego”? Acho que sim.
“O que essa gentalha faz com o povo para, ‘entra eleição e sai eleição’, continuar no poder e saqueando os cofres públicos?”. A resposta está na enorme quantidade de dinheiro desviado, porque senão, não existiria a “Operação Hefesto”, para comprar o voto do eleitor, que é tão canalha quanto essa gente que compra votos. De tanto desvio de recursos públicos, Parauapebas, hoje em dia, é uma “rica cidade pobre”. Parafraseando o que se diz nos bastidores da política, “o povo de Parauapebas elegerá o prefeito que merece”. (Portal Debate)
