Operação deflagrada nesta terça-feira (30) pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu acusados de envolvimento no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Segundo o MP, os acusados tinham ligação direta com Adriano Magalhães da Nóbrega, o “Capitão Adriano”, morto em confronto com policiais na Bahia em fevereiro de 2020.
As investigações da ‘Operação Tânatos’ recaem sobre os chefes do chamado Escritório do Crime, grupo formado por pistoleiros que praticam execuções encomendadas há mais de dez anos.
São cumpridos quatro mandados de prisão e 20 de busca e apreensão. Entre os presos estão os irmãos Leandro e Leonardo Gouvêa da Silva, o “Tonhão” e o “Mad”, que é apontado como o líder da quadrilha após a morte de Adriano.
As apurações começaram em 2018 com base em depoimento de Orlando de Curicica, que revelou a existência do Escritório do Crime após ser apontado como executor de Marielle e Anderson. De acordo com ele, policiais recebiam propina para não investigar o grupo.
Em outubro de 2005, o então deputado Jair Bolsonaro ocupou a tribuna da Câmara para protestar contra a condenação e prisão do policial militar pela morte de um lavador de carros que, na véspera do crime, havia denunciado a atuação de um grupo de milicianos.
Em seu pronunciamento, Bolsonaro qualificou Adriano como um “brilhante oficial” e disse que tinha ido pela primeira vez a um tribunal do júri só para acompanhar o julgamento dele. Segundo o então parlamentar, Adriano era inocente e o flanelinha assassinado, um traficante de drogas. O responsável pelo crime, de acordo com o então deputado, era outro policial militar.