PM dona de ‘carro prata’ cumpria prisão domiciliar no Pará

Materiais apreendidos na operação | Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil do Pará descobriu a origem de um dos misteriosos “carro prata”, envolvido em dezenas de assassinatos na Região Metropolitana de Belém. Um desses veículos é o Prisma que pertence à policial militar da reserva Erika Pantoja Carneiro da Silva, que foi detida na operação “Anonymous II”, desencadeada nesta quinta-feira (19). A ex-agente já havia sido presa por envolvimento com milícias paraenses. 

Erika Silva foi uma dos sete policiais militares detidos na operação que teve início na madrugada de ontem. O objetivo da “Anonymous II” foi combater homicídios com características de execução, cometidos por milícias e grupos de extermínio. 

Segundo o promotor de justiça Armando Brasil Teixeira, Erika estava em prisão domiciliar, após ser detida no âmbito da operação “Anonymous I”, deflagrada em abril deste ano. Outro mandado de prisão contra a ex-policial foi cumprido hoje por suspeita de que Erika Silva está envolvida em outros homicídios além daqueles investigados pela primeira operação. 

“Eles [policiais militares detidos na operação] estão envolvidos em vários homicídios. Na operação Anonymous I, ela [Erika Pantoja] foi acusada de emprestar o carro dela para milicianos matarem uma pessoa conhecida como Tio Flora [apelido de Walberson Nunes Dantas]. Na segunda fase, foi provada a participação dela em outros homicídios”, explicou Armando Brasil. 

Além de Erika Silva, outros seis policiais militares foram detidos nesta quinta-feira pela operação Anonymous II. Inicialmente, apenas seis agentes de segurança haviam sido detidos, mas um sétimo policial se apresentou, na tarde de hoje, acompanhado de advogado na Delegacia-Geral. 

Ainda não haviam sido localizados, até o início da noite desta quinta-feira, o advogado e vereador do PSDB em Ananindeua, Hugo Atayde, e um agente de trânsito da Semutran (Secretaria Municipal de Transportes) de Ananindeua. Hugo também atuou com ex-diretor da Semutran. 

Operação Anonymous II

No âmbito da “Anonymous II”, foram expedidos pela Justiça 21 mandados judiciais, dos quais nove de prisão e 12 de busca e apreensão domiciliar. A operação mobilizou 70 policiais civis e militares. 

As informações sobre a operação foram prestadas pelo delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Alberto Teixeira. Segundo ele, nas investigações as equipes policiais identificaram o envolvimento de policiais militares e outras pessoas nos crimes, tanto com atuação na execução como no mando dos crimes. A partir dessa constatação, disse o delegado, foi montada uma força-tarefa para investigar crimes de homicídios.

Desde a primeira Operação Anonymous, em março deste ano, os desdobramentos das investigações possibilitaram solicitar ao Poder Judiciário mandados de prisão e de busca e apreensão. 

Durante a operação, diversos objetos foram apreendidos em poder dos investigados. Entre os objetos estão armas, coletes balísticos, celulares, computadores, carregadores e até um drone, que era usado para monitorar vítimas e a aproximação de policiais. O delegado-geral explicou que todo o material apreendido vai passar por perícia. A expectativa é que, com as investigações, outros crimes possam ser esclarecidos.

DOL

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