PF desmancha garimpos ilegais no Rio Madeira

Operação teve início, neste sábado (27), altura da cidade de Autazes – distante 120 km de Manaus, no estado do Amazonas
Rio Madeira - Crédito: Reprodução

Neste sábado (27), a Polícia Federal (PF) iniciou uma megaoperação para desarticular os garimpos ilegais no Rio Madeira, na altura da cidade de Autazes – distante 120 km de Manaus, no estado do Amazonas. A ação, que contou com o apoio da Força Nacional, da Marinha e do Ibama, vem sendo tratada em sigilo para evitar retaliação dos garimpeiros, que começam a fugir em direção à Porto Velho, em Rondônia.

Ao todo, 31 balsas foram incendiadas por agentes da PF. Os agentes federais se locomoviam armados pela água em duas lanchas e lançavam combustível nas estruturas abandonadas pelos garimpeiros, que se esconderam na selva.

A reportagem flagrou a ação da PF e assistiu a um cenário de embarcações queimando e outras afundando em pleno rio amazônico. Ao mesmo tempo, nos grupos de WhatsApp dos garimpeiros pipocavam mensagens dizendo que a “PF chegou pra queimar tudo sem dó e piedade”.

A revolta entre os garimpeiros era grande. Isso porque as embarcações funcionam como uma verdadeira casa para eles, com alojamentos, refeitórios, ar condicionado, internet de satélite e — o principal — a draga que funciona 24 horas por dia. Em outro ponto do rio, com sistema de som, um helicóptero da PF dava ordens para que os garimpeiros retornassem em direção Porto Velho. Sem querer confusão com as autoridades, esses grupos acataram aos avisos.

Operação da PF destrói 31 embarcações ilegais de garimpo no Rio Madeira - Fundação Astrojildo Pereira
Crédito: Reprodução

Histórico

No dia 11 de novem de 2021, um comboio de mais de 300 balsas se instalou no leito do Rio Madeira, em frente à comunidade de Rosarinho, em Altazes, que vive da pesca e da produção de mandioca e banana. Moradores relataram que acordaram assustados com o surgimento da noite para o dia de uma verdadeira cidade flutuante — cada balsa abriga cerca de 6 a 8 pessoas. Trezentos barcos representam mais de 2 mil pessoas que se acresceram à população local, de aproximadamente 40 mil habitantes.

Atraídos por um áudio que viralizou no WhatsApp (“lá embaixo estão fazendo uma grama de ouro por hora. Mas é certo mesmo, não é mentira”) dos garimpeiros, eles subiram o Rio Madeira vindo de Humaitá e Porto Velho, em Rondônia. E o boato procedia. Barqueiros relataram terem visto os garimpeiros tirando 40 gramas de ouro em um dia — o que equivale a mais de R$ 10.000 reais.

No entanto, o sonho do “novo eldorado” chegou a fim. A invasão do Rio Madeira, devido a quantidade de balsas, chamou a atenção das autoridades. A mídia e os órgãos de defesa do meio ambiente passaram a cobrar de Jair Bolsonaro uma solução para se barrar a destruição ambiental. (Portal Debate Carajás, com Fator Regional)

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