Pará tem a astronauta análoga mais jovem do Brasil

Aos 12 anos de idade, a paraense já acumula diversas experiências em olimpíadas científicas ligadas à área STEAM (sigla em inglês para a área que agrega Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática)

O grande volume de medalhas que já não encontra espaço suficiente no mostruário do quarto são consequência do interesse natural que a estudante Isabella Fernandes Gomes demonstra pela ciência desde muito pequena.

Aos 12 anos de idade, a paraense já acumula diversas experiências em olimpíadas científicas ligadas à área STEAM (sigla em inglês para a área que agrega Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), além de dois recordes: a da astronauta análoga mais jovem do Brasil e a criança com o maior número de premiações em olimpíadas científicas, feito que ela alcançou ainda aos 11 anos, quando tinha 50 premiações. Hoje, aos 12, a estudante já soma 59 medalhas.

O desempenho impressionante da Isabella teve início ainda mais cedo que isso. A primeira participação em uma olimpíada científica, na área da matemática, foi aos oito anos de idade. Aos nove, ela entrou para o Instituto Nacional Leva Ciência, onde participa de projetos científicos e pratica a metodologia STEAM.

“Desde pequena eu gosto muito de assistir filmes e séries sobre o espaço e quando eu viajava para o interior eu observava o céu porque o céu era limpo no interior. Desde pequena eu gosto bastante de matemática e também gosto muito de física, química e biologia”, conta a estudante. “Quando pequena eu sempre quis ser cientista e desde a minha primeira olimpíada eu não parei, eu continuei fazendo um monte de olimpíadas”.

Já a atuação como astronauta análoga veio quando Isabella participou de uma missão do projeto Habitat Marte, uma missão análoga que simula treinamentos espaciais na Terra e em ambientes parecidos aos que se deseja explorar no espaço. No caso de Isabella, a missão foi pelas condições do planeta Marte, na simulação instalada no estado do Rio Grande do Norte, onde o solo vermelho do sertão ajuda a lembrar o solo do planeta vermelho. Sem deixar de lado os momentos de lazer, a dedicação da estudante à ciência segue parte da rotina.

“Em alguns dias da semana eu tenho mentoria sobre o projeto científico e também eu tenho curso de robótica e aula de inglês. Além disso, também, eu gosto bastante de brincar online, jogar futebol, vôlei”, conta a jovem astronauta, que já faz planos para o futuro profissional. “Eu quero ser engenheira aeroespacial ou engenheira mecatrônica e continuar como cientista para poder ajudar a humanidade”.

Acompanhando de perto e incentivando os planos da filha, a economista Larissa Gomes lembra que, inicialmente, ela chegou a ficar preocupada com o interesse tão grande da Isabella pela produção científica, mas depois compreendeu que, com o acompanhamento e suporte dos pais, a criança conseguiria seguir os objetivos dela da melhor maneira. “Desde pequenininha ela sempre mostrou interesse pela ciência, matemática, astronomia. E a gente sempre incentivou, mas a gente tinha aquela preocupação de que criança tem que brincar mais”, lembra a mãe.

Isabella Fernanda Gomes Pereira Araujo, mais jovem astronauta análoga do Brasil. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

“Mas foi quando realmente veio a pandemia e que ela não podia descer para brincar, não podia brincar com os amiguinhos, não podia ir para escola, apesar de ter aula online, que ela realmente começou a fazer muitos cursos”.

Larissa conta que, hoje, Isabella tem mais de 40 certificados nas áreas de ciência, astronomia, além de fazer cursos também pela Agência Espacial Brasileira (AEB). Foi nesse período que o interesse da estudante pela área se intensificou e, sendo apoiada e incentivada pelos pais, não parou mais. Para que pudessem dar o suporte necessário para a filha, Larissa lembra que algumas rotinas precisaram ser adaptadas.

“É muito importante esse incentivo porque a criança demonstra o que ela gosta de fazer, o que ela quer fazer, mas se não tiver realmente um acompanhamento da família fica muito difícil. Eu, por exemplo, tive que refazer toda a minha vida para de manhã conciliar o trabalho e poder acompanhá-la também porque ela viaja, faz olimpíadas fora, tem os projetos científicos. Então, eu tive que adequar a minha vida, a minha agenda com a agenda dela também”, conta Larissa.

“Sempre que possível, é importante incentivar mesmo, ter o apoio dos pais, da família ou do responsável que esteja acompanhando aquela criança. Agora, assim, eu sempre falo para ela ‘filha, faça o que você gosta. Faça com amor, faça com dedicação e você vai conseguir realizar todos os seus sonhos”. (Com DP)

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