ÁGUA AZUL DO NORTE (PA) – O paraense Janaílson Alves da Silva, de 26 anos, que está entre os mais de 1,3 mil presos por envolvimento nos ataques terroristas, em Brasília (DF), no domingo (8), disse à polícia que fazendeiros da cidade de Água Azul do Norte, no sul do Pará, encaminhavam mantimentos e comidas ao acampamento bolsonarista na capital federal.
No depoimento, Janaílson Silva informou que saiu da cidade de de Água Azul do Norte e foi para Brasília, em 12 de novembro de 2022, acampar em frente ao QG do Exército, no Distrito Federal.
Segundo o paraense preso, quando a comida enviada do Pará acabava no acampamento bolsonarista, os fazendeiros de sua cidade de origem faziam PIX para a conta de um dos radicais acampados. O suspeito ficava responsável, então, por comprar os mantimentos necessários para alimentar os acampados.
Na cidade Água Azul do Norte, que tem a população estimada de 27 mil pessoas, segundo o IBGE, Jair Bolsonaro (PL) recebeu 1,3 mil votos a mais que Lula (PT). Foram 4.424 votos, o equivalente a 58,63% do total da cidade, contra 3.122 que escolheram Lula (PT), com 41,37% dos votos válidos.
A Polícia Federal (PF) não revelou se os fazendeiros do Pará mencionados pelo morador de Água Azul do Norte foram identificados e quantos seriam. Também não foi revelado se a prisão preventiva de Janaílson Silva foi ou não convertida em prisão temporária.
Autoridades também foram alvo de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) após os ataque aos três poderes em Brasília. O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres foi preso, neste sábado (14), pela Polícia Federal.
Agentes do Comando de Missões Especiais e do Batalhão de Choque do Pará foram enviados para Brasília (DF). A data prevista de retorno dos 60 policiais paraenses não foi divulgada. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), anunciou o apoio ao governo federal ainda no dia do ataque aos prédios dos Três Poderes.
Em Belém, o acampamento golpista que havia em frente ao QG do Exército foi desmontado, na segunda-feira (9), após determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Além de Janaílson Silva, ao menos cinco paraenses foram presos em Brasília nos atos terroristas. Os nomes deles ainda não foram divulgados pela PF. (Portal Debate, com G1/Pará)