Pacientes recuperados motivam profissionais na luta contra a covid-19 em Marabá

Até esta segunda-feira (03), 17.077 pessoas infectadas pela Covid-19 conseguiram se recuperar em Marabá. O município está conseguindo manter uma taxa de mortalidade de 2%, menor do que em outras cidades brasileiras com o mesmo número de habitantes, que é de 283 mil, a exemplo de Santa Maria (RS), onde os óbitos chegaram a 544 e Gravataí (RS) com 656, no dia 28 de abril. Marabá registra 367 mortes.

Na cidade de Governador Valadares (MG) onde a população é menor, 281 mil habitantes, os óbitos ultrapassam Marabá, já são mil vidas perdidas (consulte a tabela ao final do texto).

Com o suporte da Prefeitura, governos federal e estadual, como também da sociedade, os investimentos que ultrapassam os 19 milhões de reais somente na área da saúde, contribuem com os profissionais exclusivos para atuar no combate à doença no município. Pessoas que se qualificam para salvar vidas, homens e mulheres, que desde o início da pandemia, travam uma luta incansável para não perder uma sequer.

Cuidados que salvam vidas

Com 12 anos de profissão, a enfermeira Jérlia dos Santos Pires, 37 anos, atua na triagem do Hospital Municipal de Marabá (HMM). A função dela é classificar os riscos dos pacientes e encaminhá-los para o atendimento adequado.

“A gente tem de ter responsabilidade, um olhar geral e muito amor pela profissão, porque o paciente já chega debilitado, com fragilidade psicológica ou física, então, temos de ter paciência, cuidado, carinho e ver qual atendimento ele está necessitando”, esclarece a enfermeira.

O olhar sereno da enfermeira inspira força, fé e esperança, sentimentos comuns entre os profissionais de saúde, e que sobressaem ao exaustivo cotidiano trazido pela pandemia. Características de quem escolheu a missão de salvar vidas e que precisa se revestir de coragem, afinal de contas, é com eles que a população tem de contar. E eles sabem disso.

“A minha rotina está mais puxada, uma maior dedicação e responsabilidade em relação ao meu trabalho, com o hospital, e em relação ao meu voltar pra casa, devido à preocupação de levar a doença. A gente trabalha sob muita pressão psicológica. A gente mesmo se cobrando. O que me deixa feliz é o cuidado, a gratificação e o privilégio de ver a recuperação do paciente. Uma experiência difícil que eu nunca tinha vivido antes na profissão. Os familiares estão ali, preocupados. Eles querem que a gente faça tudo por eles. Colocam toda a expectativa e esperança em cima do profissional de saúde”, relata emocionada Jérlia.

Enfermeira Jérlia dos Santos Pires

Forças revigoradas a cada paciente recuperado

Em outra área da ala covid, a enfermeira Michele Nunes, diretora de enfermagem do HMM, atua em uma das áreas mais críticas do hospital, os leitos de UTI e UCE, onde ficam internados os pacientes mais graves. Com 15 anos de profissão, Michelle diz que se deparou com casos peculiares, que motivam os profissionais a prosseguirem no combate à covid-19. Para ela, os pacientes que mais marcam são os que saem vitoriosos de uma intubação.

“A gente faz um bolinho simbólico, às vezes, até um bolinho de papel para comemorar pela vitória, porque a vitória não é só dele, é também nossa! Do nosso cuidado, do nosso empenho. Cada hora que a gente se dedica com aquele paciente, a gente chora com ele. Tem paciente que a gente chora quando vai a óbito, porque mesmo com toda dedicação, é um fracasso para a gente”, descreve a enfermeira.

Enfermeira Michele Nunes, diretora de enfermagem do HMM

Juliene Gomes, 42 anos, tem um serviço essencial para a recuperação dos pacientes. Ela faz parte da equipe que serve alimentação. A copeira trabalha há 3 anos no HMM e reforça a delicada situação, que tanto os profissionais do hospital, quanto os familiares estão passando.

“Eu procuro ter habilidade, preocupação com a dieta para levar direitinho. Eles já estão debilitados, se recuperando. Quando iniciou, nós tínhamos receio, mas com o tempo fomos nos adequando. Tem dias que não são muito fáceis, a gente se sensibiliza, se põe no lugar de um parente, às vezes, lembra de casos dolorosos, ver gente sofrendo. Por isso, precisamos manter o equilíbrio e ter atenção voltada para os pacientes. Nos apoiamos umas às outras [equipe] e seguimos em frente”, relata, emocionada, a copeira.

Copeira Juliene Gomes

Lutas pela vida marcam e motivam profissionais de saúde

Para os médicos, a experiência não é diferente. Um paciente em especial ficou gravado na mente do médico Luís Sérgio Santos, diretor clínico do HMM. O paciente passou por duas vezes pelo centro cirúrgico, com um quadro de trauma e ainda operado teve o diagnóstico de Covid.

“Foi complicador para ele, associou com a doença que aumentou duas vezes a capacidade dele de ir a óbito. Esse paciente foi intubado, ficou um período muito grande de tubo. Chegou um momento que eu poderia dizer: não tem mais muito o que fazer. Ele saiu do tubo e fez traqueostomia, passou do período de transmissão da doença, recebeu alta da nossa UTI- Covid. Então esse é um exemplo que eu não esqueço”, destacou o médico, sobre as lutas enfrentadas pelos profissionais de saúde na batalha pela vida dos pacientes.

Luís Sergio Matos, diretor clínico do HMM

Confira a situação de Marabá em relação a outras cidades até o dia 28/04/2021

Sites e redes sociais das prefeituras

Cidade                                         População                  Óbitos            Atualização
Várzea Grande (MT)                     287.000                   1.064                    29/04
Governador Valadares (MG)       281.000                    1000                   28/04
Petrópolis (RJ)                              306.000                     955                    28/04
Santarém (PA)                               306.000                   940                   26/04
Foz do Iguaçu (PR)                       258.000                     773                   29/04
Imperatriz (MA)                           259.000                     762                   28/04
Barueri (SP)                                   276.000                    753                  28/04
Volta Redonda (RJ)                      273.000                    733                  28/04
Ipatinga (MG)                               265.000                    683                    28/04
Sumaré (SP)                                  286.000                     679                    28/04
Gravataí (RS)                                  283.000                  656                    28/04
Suzano (SP)                                   300.000                  649                    28/04
Taboão da Serra                            293.000                 601                    28/04
Viamão (RS)                                  256.000                   549                   28/04
Santa Maria (RS)                           283.000                   544                    28/04
Camaçari (BA)                               304.000                   490                   28/04
Palmas (TO)                                  306.000                    472                    28/04
Juazeiro do Norte (CE)                276.000                     459                    28/04
Mossoró (RN)                              300.000                      429                      27/04
Marabá                                      283.000                  360                     28/04
Embu das Artes (SP)                   276.000                      316                      23/04

(Com informações Sites e redes sociais das prefeituras/Estimativa populacional do IBGE para 2020)

(Com informações Estimativa populacional do IBGE para 2020)

(Secom PMM)

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