Oposição tenta arrastar polarização entre “PT” e “Bolsonaro” para eleição da Unifesspa

A votação para escolha da nova reitoria ocorrerá, no dia 27 de maio de 2024, nas cidades de Marabá, Rondon do Pará, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Xinguara.

MARABÁ-PA (PA) – Nos últimos dias, os corredores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) andam “fervendo” devido à s disputa acirrada entre o atual Reitor, Prof. Francisco Ribeiro, candidato a reeleição, e a Prof.ª Lucélia Cardoso, candidata a Vice-Reitora, contra o antecessor de ambos, Prof. Maurílio Monteiro e Prof.ª Andrea Novaes, nas cidades de Marabá, Rondon do Pará (região sudeste do Pará), Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Xinguara (no sul do Pará).

De acordo com integrantes da Chapa 2, liderada pelo Prof. Francisco Ribeiro, nos últimos dias, alguns membros da Chapa 1, ligada ao Prof. Maurílio Monteiro, estão promovendo ataques a atual reitoria da Unifesspa em portais e blogs com o objetivo de macular a imagem do “Prof. Chico” e da “Prof.ª Lu”. Durante uma conversa com o Portal Debate, nesta terça-feira (7), o “Prof. Chico” afirmou que está focado em sua campanha junto à comunidade acadêmica, não existe espaço para falas inócuas e contraproducentes para o fortalecimento do debate  democrático na Unifesspa.

Segundo a situação, a turma da oposição tenta arrastar a briga ferrenha existente entre “bolsonaristas” e “petistas” para uma eleição interna da Unifesspa. A estratégia decorre da polêmica nomeação de Francisco Ribeiro pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, em uma eleição realizada em 2020, Maurílio Monteiro obteve 84,4% dos votos. Em segundo lugar, ficou o Prof. Fábio Araújo, com 8,7% dos votos e Francisco Ribeiro foi o terceiro colocado, com 6,9% dos votos válidos. No entanto, como era de conhecimento de todos, o ex-presidente não respeitou a lista tríplice enviada ao Ministério da Educação (MEC), no dia 10 de junho de 2020, e fez a nomeação do atual Reitor.

Prof.ª Lucélia Cardoso e Prof. Francisco Ribeiro, candidatos a reeleição na Unifesspa – Foto: Reprodução

Durante a conversa, “Prof. Chico” relatou que ficou assustado com a nomeação, mas só assumiu o cargo diante de um amplo acordo firmado com a comunidade acadêmica com a finalidade de evitar a nomeação de um interventor que poderia ser um militar de fora de Marabá. Em um Podcast no Canal Debate, no dia 23 de abril de 2024, “Prof. Chico” e “Prof.ª Lu” afirmaram que fizeram uma gestão supra partidária, ganharam o respeito de estudantes e servidores sem levar em consideração a ideologia partidária de cada sujeito. “Tanto é verdade que eu escolhi para a vice-reitora a Prof.ª Lucélia Cardoso que havia apoiado o Prof. Maurílio Monteiro, na eleição de 2020”, narrou “Chico”, mostrando uma Nota de Solidariedade assinada por centenas de servidores e discentes na época. LEIA:

NOTA DE SOLIDARIEDADE

Nós da Unifesspa nos vemos diante da decisão autoritária do Governo Federal de indicar o terceiro colocado da lista tríplice resultante da consulta eleitoral para escolha do nosso próximo reitor. Tal decisão gerou comoção e indignação generalizada em vários setores da sociedade do Sul e Sudeste paraense. Internamente, e de maneira imediatista, alguns sujeitos e coletivos atuantes na instituição apontaram o Professor Francisco Ribeiro da Costa, presente no quadro de docentes desta instituição desde o Campus de Marabá da UFPA, como beneficiário desta decisão.

Quem o conhece sabe que em momento algum o professor Francisco coadunaria com tal ataque à autonomia universitária, principalmente nesta conjuntura em que as universidades públicas passam por cortes orçamentários e consequente inviabilização de suas atividades de ensino, extensão e pesquisa. O professor Francisco, durante a gestão do professor Maurílio e da professora Idelma, integrou a administração superior na condição de Diretor de Pesquisa e Inovação Tecnológica da Propit. De forma algum este nosso colega vê tal decisão como benefício. Mas a considera, assim como todos nós, como mais um exemplo de desvio perigoso em nossa democracia.

Diante disso, a comunidade do IEDAR vem a público declarar sua solidariedade tanto ao professor Maurílio, referendado majoritariamente pelo processo eleitoral deste ano para continuar seu brilhante trabalho diante da reitoria da Unifesspa; quanto ao professor Francisco, figura das mais carismáticas e prestador de relevantes serviços a nossa universidade. Declaramos também nossa solidariedade a toda comunidade acadêmica da Unifesspa, cuja autonomia para decidir seus rumos fora tolhida. Da mesma forma desastrosa que a atuação do governo federal contribui na proliferação de focos de incêndios na Amazônia, contribui também para que as universidades brasileiras acumulem crises internas devido à falta de orçamento e de liberdade de decisão.

Assim como a comunidade da Unifesspa, nós do IEDAR não nos resignaremos. Pelo contrário, garantiremos a UNIDADE necessária para construirmos com o reitor nomeado, professor Francisco, a consolidação da trajetória virtuosa de nossa universidade nota 4. Daremos sequência, coletivamente, às ações dirigidas, nos últimos 4 anos, por Maurílio e Idelma, que colocaram a Unifesspa, ainda muito jovem, entre as melhores universidades de todo o Norte do Brasil.

Marabá, 18/09/2020

Professores, Técnicos Administrativos e Discentes

Prof. Maurílio Monteiro – Foto: Reprodução

Nos últimos dias, a reportagem do Portal Debate teve acesso a uma pesquisa realizada para o chamado “consumo interno” que mostrou o Prof. Francisco e Prof.ª Lucélia com uma ampla vantagem sobre o Prof. Maurílio e Prof.ª Andrea Novaes. Os números mostram que, se não fizerem nenhuma “besteira”, nos últimos 18 dias de campanha, Chico” e Lu” deverão ser reeleitos com os “pés nas costas” como se diz na linguagem popular. Para muitos, os componentes da Chapa 1 já tiveram acesso a essa pesquisa e, como estratégia, passaram a tentar “colar” a imagem de Bolsonaro em Francisco Ribeiro com o objetivo de desgastá-lo perante parte da comunidade acadêmica mais voltada para um viés ideológico de esquerda.

Na conversa com o repórter, os candidatos Francisco Ribeiro e Lucélia Cardoso asseguraram que estão fazendo um diálogo franco, exequível e aberto com a comunidade acadêmica em busca de soluções que tragam melhorias para o ensino, investimento em pesquisa, ampliação da extensão, inovação, estrutura acadêmica e administrativa. Nas reuniões, busca-se também saídas para melhorar a gestão de pessoas e a valorização profissional. As áreas como esportes, arte, cultura, diversidade, relações interinstitucionais-sociais, consolidação e expansão da Unifesspa estão no radar da nova gestão em caso de vitória nas urnas no dia 27 de maio de 2024.

O debate realizado, na tarde desta terça-feira (7), mostrou-se equilibrado, porém, para muitos, Maurílio Monteiro, que já foi Secretário de Estado do Governo Ana Júlia Carepa (PT/Pará) e antigo Reitor da Unifesspa, logo bastante experiente em política, subestimou a capacidade de debate do adversário e foi surpreendido com as respostas firmes, serenas, esclarecedoras de Francisco Ribeiro e Lucélia Cardoso. O que teria provocado desconforto e reclamações de parte da equipe do ex-reitor do antigo Campus da UFPA em Marabá.

Em disputa, está o controle sobre um orçamento de R$ 174.050.050,00 que, embora represente apenas 1/3 dos recursos necessários para o futuro reitor gerir a Unifesspa com eficiência e qualidade, ele será comandado por um Maurílio mais experiente, porém explosivo do ponto de vista emocional, em caso de vitória, ou por um Francisco mais tranquilo, sem ataques pessoais, aberto ao diálogo com a comunidade acadêmica e com uma ótima articulação política junto a diversos parlamentares do campo da direita e esquerda para se conseguir emendas e convênios para a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará.

A Unifesspa possui turmas em mais 31 municípios do Polo Carajás através dos Projetos Forma Pará; Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor); Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e Polo de Ensino Pesquisa, Extensão, Tecnologia e Inovação (Pepeti) em regime de parceria com as prefeituras da cidade de Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins, Breu Branco, Canaã dos Carajás, Itupiranga, Jacundá, Moju, Ourilândia do Norte, Piçarra, Tailândia, São Geraldo do Araguaia, entre outros municípios.

A razão está nas mãos dos eleitores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará a quem cabe escolher a nova gestão para os próximos 4 anos de mandato. Que eles sejam sábios e estejam iluminados no dia 27 de maio de 2024, dia da votação. Salve a democracia!!! (Pedro Souza)

Foto: Reprodução

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