Se os ‘caciques políticos’ de 12 partidos vão fumar o ‘cachimbo da paz’ e formar um bloco único de oposição ao prefeito Tião Miranda (PSD), em Marabá, o chamado “blocão”, o eleitor só vai ficar sabendo em 26/9/2020, último dia para registro de candidatura.
No final da tarde de quarta-feira (5), Ilker Moraes (MDB), esteve em Belém e recebeu às bênçãos políticas de Helder Barbalho (MDB), governador do Pará, e anunciou a sua candidatura para prefeito em Marabá. O edil se juntou a Toni Cunha (PTB), Manoel Veloso (PSL), Rigler Aragão (Psol) e Irismar Melo (PL) que já tinham anunciado a decisão de enfrentar Sebastião Miranda.
De acordo com Ilker Moraes, já aconteceram conversas iniciais tanto em Marabá como em Belém com os mandatários do MDB, PSL, PSOL, PP, PT, PR, REPUBLICANOS, PV, PL, PSC, PODEMOS e PCdoB com a finalidade de criar uma frente única de enfrentamento ao atual gestor marabaense.
“”Se a gente não se juntar politicamente, esse modelo atrasado de governar Marabá vai sair vencedor no dia 15 de novembro de 2020”, observou Ilker Moraes. “Tião Miranda não dialoga com a sociedade e age como se Marabá fosse propriedade dele”, finalizou o pré-candidato em conversa com a Redação do Portal Debate Carajás.
Se Helder Barbalho vai realmente apoiar a candidatura de Ilker Moraes, pois o governador ainda não verbalizou essa possibilidade, ele vai ter que ‘descascar um abacaxi verde’ para juntar, no mesmo palanque, como meros coadjuvantes, o obstinado deputado Toni Cunha e os 47.640 votos obtidos por Veloso nas eleições de 2016 contra Tião Miranda.
Esta deverá ser a última eleição em turno único, pois Marabá possui, hoje, em torno de 180 mil eleitores. Em 2024, se atingir 200 mil votantes, a cidade passará a realizar o certame eleitoral para prefeito em dois turnos. Para Tião Miranda, quanto mais candidatos concorrerem, mais fácil será para o atual gestor se eleger de novo.
Nos bastidores, acontecem reuniões com frequência na busca da sonhada ‘unidade política’ para tomar a cadeira de Tião Miranda. Conversando aqui com meus botões, acho pouco provável essa frente ampla ‘vingar’ devido a diferentes interesses políticos e diversos perfis ideológicos.
No entanto, como em política ‘boi costuma voar’ e a palavra ‘política’ significa “conversar com grupos sociais que integram a polis“, se o favoritaço Tião Miranda bobear, se não fizer a articulação necessária para formar uma base de apoio constituída por lideranças e partidos políticos, ‘pode entrar água’, pois só se ganha uma eleição depois que se conta os votos.
Diversos segmentos sociais veem as candidaturas de Irismar Melo e Ilker Moraes ‘com bons olhos’, mas para vencer Tião Miranda precisa-se de algo a mais. Se for viabilizado, o ‘blocão’ poderá trazer sérias dores de cabeça para o atual prefeito. Resta saber se Helder Barbalho vai realmente ‘ungir’ seus correligionários ou vai continuar lambendo as botas de Tião Miranda ‘de olho’ na reeleição de 2022.
Texto: Pedro Souza
