Motel onde adolescente foi baleada na boca acusa marinheiros de burlar controle de acesso no nordeste do Pará

Jovem estava em motel acompanhada de dois marinheiros ao ser baleada. A vítima foi transferida para Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) de Ananindeua e continua internada em estado grave.
Crédito: Reprodução

O proprietário do Motel “Chamego”, em Vigia, no nordeste do Pará, onde uma adolescente foi baleada na boca, no dia 21 de abril de 2o22, durante o feriado de Tiradentes, divulgou nota neste sábado (23).

De acordo com o estabelecimento, os marinheiros que levaram as duas adolescentes ao local teriam burlado o controle de acesso para entrar com duas menores de idades.

O motel garantiu que obedece a legislação vigente que proíbe a entrada de menores de idade em motéis. O estabelecimento atribui a responsabilidade da entrada das adolescentes a “pessoas más intencionadas que burlam o controle de acesso e que foge no ordinário à possibilidade de controle pelo estabelecimento comercial”.

A direção do motel afirmou ainda que se comprometeu a prestar depoimento quando for intimada em juízo e que prestou esclarecimentos na Delegacia de Polícia Civil de Vigia. Nas investigações policiais, o motel não é apontado como alvo das apurações.

O caso foi registrado como crime de lesão corporal culposa, quando não há a intenção de atentar contra a integridade ou a saúde da vítima. A adolescente que levou um tiro na boca continua internada em estado grave. O crime teria sido motivado após a vítima ter recusado tirar a roupa e manter relações sexuais. Ela foi baleada no rosto, na frente de uma outra adolescente, de 14 anos.

Os principais suspeitos do crime são dois militares da Marinha do Brasil, que estavam de serviço em Vigia. Um deles, Gabriel Norberto de Almeida Lobo, que teria efetuado o disparo dentro da boca da adolescente, foi autuado em flagrante e está à disposição do Poder Judiciário.

O outro Marinheiro, identificado apenas como Diógenes, conseguiu fugir do local e ainda não foi localizado. Gabriel Lobo segue preso no Comando do 4º Distrito Naval, em Belém.

O caso

Os dois suspeitos teriam levado duas adolescentes de 15 e 14 anos para um motel em Vigia. No local, ainda não se sabe por quais motivos, Gabriel Norberto de Almeida Lobo teria feito o disparo de arma de fogo dentro da boca da vítima de 15 anos. A outra adolescente teria presenciado o fato. Ela não ficou ferida.

A vítima foi levada para uma unidade de saúde do município, onde recebeu o tratamento médico inicial, e em seguida foi transferida para o Hospital Metropolitano, em Ananindeua, em estado grave. Em nota, a Marinha do Brasil informou que tomou conhecimento do caso e que vai colaborar com os órgãos responsáveis pela investigação.

Uma audiência de custódia virtual, realizada neste sábado (23), definiu se o marinheiro permaneceria ou não na prisão. A defesa dele obteve uma medida provisória, mas somente após pagamento de fiança no valor de R$60.600 reais. Caso a fiança seja paga, o jovem poderá ser liberado e responder em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica, entre outras medidas cautelares. (Portal Debate)

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