No fim tarde desta segunda-feita (5), o anúncio da morte do professor Cristyano Marques Barbosa, vítima da famigerada covid-19, em Marabá, no sudeste do Pará, aumentou ainda mais o medo dos trabalhadores da educação, diante da possibilidade iminente de retorno presencial para as atividades escolares.
Nesta terça-feira (6), a chamada “semana pedagógica” será retomada de maneira remota, mas, nos próximos dias, está previsto o início das atividades com os alunos. Uma nota publicada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintepp) orienta os professores a participarem das atividades apenas de maneira remota, conforme reunião com o governo Tião Miranda (PSD), ocorrida no último dia 19 de março.
Nos últimos dias, o Portal Debate Carajás vem recebendo denúncias, dando conta de que vários diretores de escola estariam obrigando os professores a se apresentarem nas unidades de ensino, na tentativa de “fazer média” com a Secretaria Municipal de Educação (Semed).
O jornalístico está recolhendo o nome das escolas em que a direção tomou essa atitude de “puxa-saco” e tornará público o nome das instituições e seus respectivos diretores que adotaram a prática violadora das normas sanitárias de prevenção ao novo coronavírus. De uma forma menos atabalhoada, o ano letivo da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) vem ocorrendo de forma remota, sem a presença dos professores nas escolas e sem “diretores heróis”.
O professor Cristyano (Filosofia) estava internado, há dias, lutando para sobreviver à covid-19. No início da manhã de hoje, amigos da família já haviam anunciado a morte cerebral do paciente. O espaço com uma estrutura escolar inadequada, ausência de vacinação e grande parte dos mestres com comorbidades transforma-se em um ambiente propício para o novo coronavírus ceifar vidas de educadores em Marabá.
O domínio remeteu e-mail para a Semed, solicitando esclarecimentos a respeito da data de retorno de maneira presencial dos professores, mas ainda não houve resposta. Nos bastidores, muitos se negam a retornar para a sala de aula e já existe indicativo de que alguns profissionais devem ingressar com ações na Justiça enquanto a vacina não sai. (Portal Debate Carajás)