Morre aos 45 anos procurador da República que chefiou a Lava Jato

Ele enfrentava problemas de saúde após sofrer AVC; procurador havia substituído Deltan Dallagnol no comando da força-tarefa, que foi absorvida no Gaeco do Paraná
O procurador da República Alessandro Oliveira atuava desde 2004 no MPF de Curitiba | Foto: Reprodução

O coordenador da Lava-Jato de Curitiba, o procurador Alessandro Oliveira, morreu nesta quinta-feira, aos 45 anos. Segundo fontes próximas ao procurador, ele enfrentava problemas de saúde após ter sofrido um acidente vascular cerebral e também havia descoberto um câncer. Passou os últimos dias internado, mas não resistiu. A morte não tem relação com a Covid-19.

Alessandro Oliveira havia substituído Deltan Dallagnol em setembro de 2020 como coordenador da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba. Após a extinção da força-tarefa e sua absorção por um novo órgão, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Alessandro passou a comandar o núcleo da Lava-Jato dentro do Gaeco.

Ele aceitou o desafio de assumir a força-tarefa em um momento de diversas derrotas da Lava-Jato perante o Judiciário, que culminou na anulação dos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sob sua batuta, a força-tarefa adquiriu um estilo mais discreto, mas continuou aprofundando as investigações sobre corrupção nos outros escalões da Petrobras. Foram deflagradas cinco novas operações, sendo a última delas a 80ª fase, realizada em fevereiro deste ano.

Membro do Ministério Público Federal desde 2004, o procurador era um dos mais antigos em atividade no Ministério Público Federal no Paraná. Respeitado e elogiado por seus colegas, tinha um estilo calmo e conciliador na condução dos trabalhos.

Oliveira auxiliou o grupo da Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) durante as gestões de Raquel Dodge e Augusto Aras, antes de assumir o comando da força-tarefa de Curitiba. Ele já havia enfrentado alguns problemas de saúde antes de aceitar esse novo desafio, mas, ainda assim, avaliou na ocasião que precisava encarar a nova missão da Lava-Jato como uma forma de não permitir o fim das investigações.

Em nota, o procurador-geral da República Augusto Aras lamentou a morte do procurador. “O colega Alessandro fará falta neste momento em que estamos institucionalizando as forças-tarefas. Sua competência, dedicação, ponderação e lealdade ao MPF são exemplos a serem seguidos”, afirmou. (O Globo)

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