‘Minha vida não pode parar’, diz Cigana Milena sobre denúncias de golpes

Cigana Milena criou outros perfis no Instagram para oferecer os 'serviços espirituais' (foto: Reprodução/Redes Sociais)

Pela primeira vez desde o início das denúncias de estelionato, a investigada Cigana Milena (leia Espiritualidade) decidiu se pronunciar sobre o caso. A mulher afirmou que a vida dela “não pode parar’. “As pessoas disseram que foram lesadas, mas também fui pressionada. Essas pessoas só mostraram o lado delas”, alegou a suspeita em resposta a questionamentos do Correio, nesta quarta-feira (29/7).

Cigana Milena é investigada em três inquéritos abertos no 7º Distrito Policial (Lapa), unidade que integra a Polícia Civil do Estado de São Paulo. A mulher é procurada pela corporação para prestar esclarecimentos sobre as denúncias do “golpe de benzimento de dinheiro”, que fez, pelo menos, cinco vítimas. Uma delas mora no estado do Pará.

Por um dos perfis criados pela acusada no Instagram, a mulher decidiu comentar o caso. “Acabei criando vários perfis para mudar um pouco o foco das pessoas no meu perfil oficial, que atualmente conta com 352 mil seguidores. Minhas contas estão restritas, por causa das denúncias realizadas na rede social. Acredito que irei perder meu WhatsApp por conta repercussão do caso”, disse. 

Ainda, a investigada alega que “hoje, a tática, é tirar as pessoas deste perfil, porque também se tornou foco na mídia. Quero até que essa página seja vista como fake. Mas estou resolvendo tudo da melhor forma.”

A suspeita informa, ainda, que acionou advogados para acompanhar o andamento das denúncias. “Fui orientada a me isolar ao máximo, devido às constantes ameaças de morte. Não posso me expor fisicamente por causa disso. Quem eu atendo e confia nos meus serviços continua em contato. Só quero continuar viva e ajustar tudo isso”, afirma. 

Apesar dos comentários sobre o caso, Cigana Milena não informou à reportagem se já procurou o 7º Distrito Policial para prestar depoimento. 

“Vítima de uma cilada”

Cigana Milena é acusada de aplicar golpes de “benzimento de dinheiro” em pelo menos cinco mulheres, residentes do Distrito Federal, São Paulo, Rio Grande do Sul, Tocantins e Maranhão. Os valores que as vítimas perderam ultrapassam R$ 200 mil

Após a divulgação e repercussão do caso, a investigada deixou de utilizar a página oficial do Instagram e passou a criar outros perfis na rede social. Conforme apurado pelo Correio, a acusada continua a oferecer os supostos trabalhos espirituais por meio de storys e postagens. 

As últimas postagens da Cigana Milena estão marcadas em Guarujá, município litorâneo de São Paulo. Nesta quarta-feira (29), ela realizou uma nova publicação, comentando as denúncias realizadas pelas vítimas. 

“Quero deixar claro que não sou cega, surda ou muda. Mas para quem não sabe, eu estou acertando tudo com quem me denunciou ‘injustamente. Então, se estou atendendo, é porque não devo satisfação a quem não me agrega em nada. Não se atira pedra em árvore seca. (…) Eu somente fui vítima de uma cilada que estou resolvendo”, escreveu.

Por fim, a investigada prossegue oferecendo os supostos trabalhos espirituais: “Permita-se ser feliz. A sua felicidade só depende de você. Dê um ponto final em tanta coisa negativa que vem acontecendo em sua vida. Estou aqui pronta para te ajudar, mas tudo só vai depender de uma única pessoa: Você mesmo que está lendo essa mensagem. Marque já sua consulta.”

Espiritualidade

A indicação de “cigana” no nome faz referência à entidade que se manifesta na umbanda, mas também em algumas casas de candomblé — locais que tratam com seriedade a religiosidade —, e não ao povo cigano.
Correio entrevistou Rafael Moreira, presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno. Ele destacou que apesar da acusada se auto denominar praticante da religiosidade afro brasileira, para ser sacerdotisa, não basta se auto intitular. “É preciso anos para se tornar um sacerdote, os pais e mães de santo. Pedimos a quem procurar um atendimento espiritual, que busque a Federação, que indicaremos casas que têm o verdadeiro compromisso com o espiritual. É muito prático alugar uma sala no Setor Comercial Sul, por exemplo, fechar e mudar, após realizar os golpes. O terreiro, não”, explica.

Fonte: Correio Braziliense

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